Trio que matou a tiros menino de 14 anos é condenado em júri popular
Sharley Ângelo Sirqueira foi morto com oito disparos, em 2019, no Sol Nascente. Ele não era o alvo dos autores do crime. Relembre o caso
atualizado
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou, em júri popular, três indivíduos envolvidos na morte de Sharley Ângelo Andrade Sirqueira (foto em destaque), menino assassinado a tiros aos 14 anos, em 2019, no Sol Nascente.
Kevin Araújo da Paz recebeu pena de 39 anos e 6 meses de reclusão por ter coordenado o crime. Matheus da Silva de Oliveira, autor dos disparos, foi condenado a 31 anos e 7 meses. Ingrid Ferreira Lima, que prestou apoio ao grupo e acompanhou a execução, pegou 16 anos e 4 meses. Somadas, as penas chegam a 87 anos e cinco meses.
Todos devem cumprir a sentença em regime inicialmente fechado e não poderão recorrer em liberdade.
O caso
Sharley foi morto em 29 de novembro de 2019. O alvo dos autores não era o adolescente, e sim o ex-cunhado dele, Fernando Pinho Benjamim, 21, conforme denúncia do Ministério Público do DF (MPDFT).
Os jovens conversavam ao lado de uma quadra de esportes, quando Matheus, o autor dos tiros, desceu de um GM Classic e atirou contra os dois. Fernando foi baleado na perna; já Sharley recebeu oito tiros, na cabeça, abdômen e pernas — o último disparo foi dado como um “confere”.
Os autores, sobretudo Kevin, teriam como intenção matar Fernando por uma desavença entre gangues que atuavam no tráfico de drogas da região.
A Justiça considerou o motivo fútil e apontou meio cruel e dificuldade de defesa da vítima. “As consequências são mais graves, considerando o abalo psicológico sofrido pelos parentes da vítima, com relato de depressão profunda da mãe e da irmã do ofendido”, diz trecho da sentença.
“No lugar errado, na hora errada”
Joselina Tavares Sirqueira, 40, mãe de Sharley, considerava o filho “um menino de ouro”. “O Sharley era um menino de ouro, maravilhoso. Eu não digo isso por que era meu filho, mas por que todos que o conheciam são prova disso. Ele abraçava todo mundo. Quando chegava em casa, dizia pra mim: ‘Fofa, cheguei’”, desabafou à época.
“Meu filho estava no lugar errado, na hora errada. Não tenho sentimento de vingança e confio em Deus. Se a justiça da Terra falhar, sei que a celestial vai acontecer”, disse Joselina.