Três suspeitos de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília viram réus
Juiz da 8ª Vara Criminal de Brasília aceitou denúncia contra George Washignton, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo
atualizado
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Três suspeitos de participarem da tentativa de atentado com bomba perto do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro, viraram réus na Justiça. O juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, aceitou denúncia contra o empresário bolsonarista George Washignton de Oliveira Sousa (foto em destaque), 54 anos, o possível comparsa dele Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, e contra o blogueiro e jornalista Wellington Macedo de Souza, na ação que visava provocar caos no país.
Na véspera do Natal, equipes da Polícia Militar (PMDF) e do Corpo de Bombeiros (CBMDF), com apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil (PCDF), se mobilizaram em área próxima ao Aeroporto de Brasília para desarmar uma bomba com potencial de provocar sérios danos à região ou “uma tragédia”, como definiu o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, à época.
A bomba estava acoplada a um caminhão-tanque e só não foi acionada por um erro técnico. A polícia identificou e prendeu o suspeito de tentar explodir o artefato no mesmo dia. O empresário que planejava atentado em Brasília foi identificado como George Washington Oliveira Sousa e tem 54 anos. Logo em seguida, os outros dois nomes foram apontados.
O trio responderá na Justiça pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de três a seis anos de reclusão, além de multa.
George Washington também foi denunciado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. O indiciamento pelos crimes de terrorismo e de associação criminosa serão analisados pela Justiça Federal.
Veja decisão:
Ataques
Alan Diego dos Santos foi mencionado no depoimento de George Washington de Oliveira Sousa à Polícia Civil do Distrito Federal. George Washington disse que Alan se ofereceu para instalar outro explosivo, cujo objetivo era interromper a transmissão de energia elétrica em parte da cidade. Os dois se conheceram no acampamento montado por bolsonaristas nos arredores do QG do Exército.
George foi o responsável por fabricar o explosivo. Segundo ele, Alan “se voluntariou para instalar a bomba nos postes que transmissão de energia que ficam próximos à subestação de Taguatinga”. “Insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade”, disse no depoimento.
Já Wellington teria montado o artefato junto aos outros dois comparsas e colocado a bomba no caminhão-tanque. Ele participou de diversos protestos em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Autointitulado “Preso do Xandão” — em referência ao ministro do STF —, o blogueiro divulgava informações sobre manifestações bolsonaristas e aproveitava para pedir doações.
O jornalista foi preso em 9 de setembro de 2021. Antes, havia sido alvo de mandados de busca e apreensão, no âmbito do inquérito que apurou manifestações bolsonaristas em 7 de Setembro.
Wellington deixou a cadeia em 15 de outubro do mesmo ano, após os advogados alegarem que ele tinha emagrecido 18 quilos e que estava “profundamente deprimido”. O acusado conseguiu o direito de permanecer em prisão domiciliar. Em 24 de dezembro participou a tentativa de ataque.