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Trem que liga Brasília a Valparaíso (GO) faz 1ª viagem nesta terça

Comitiva de autoridades vai avaliar o trajeto. Próximos passos são fazer os ajustes necessários, definir preço da passagem e iniciar transporte de passageiros

atualizado

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CBTU/Divulgação
trem cbtu
1 de 1 trem cbtu - Foto: CBTU/Divulgação

O trem que ligará Brasília a Valparaíso (GO) fará sua primeira viagem de teste na manhã desta terça-feira (04/06/2019). Partindo da Estação Rodoferroviária, às margens da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), o vagão segue com destino ao Entorno do Distrito Federal, das 8h30 às 11h30.

O trajeto será feito por uma comitiva composta por: o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB); o secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Paulo Roriz; o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro; o secretário nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Jean Pejo; e um representante da VLi, concessionária responsável pela linha.

A viagem experimental é coordenada pela União, assim como o projeto de revitalização do sistema de transporte. A princípio, o Ministério do Desenvolvimento Regional previa o início dos testes em janeiro. Porém, um reestudo feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o governo local acabou atrasando o cronograma.

Será feito somente o trajeto de ida, e não há confirmação de quando terão início as viagens experimentais para passageiros. Não serão permitidas descidas durante a rota, mas o trem poderá parar “para melhor observação dos pontos de interesse”, segundo o ministério. Devido ao limite de passageiros, a imprensa não acompanhará a comitiva.

A ideia, segundo o Governo do Distrito Federal (GDF), é verificar a recente manutenção realizada na malha ferroviária, além de contabilizar o tempo estimado de deslocamento, quando a operação estiver regularizada.

Na viagem experimental, o trem usado não será o oficial, que fará o transporte de passageiros futuramente: o vagão escolhido para o teste tem capacidade de conduzir apenas 10 pessoas – sete passageiros e três tripulantes.

A intenção do governo local e da União de retomarem a condução de passageiros na linha férrea, que atualmente só transporta cargas, foi noticiada em dezembro de 2018, pelo Metrópoles, em primeira mão.

ANTT

Em nota enviada à reportagem, a concessionária reiterou a realização de estudos para adaptação da linha para transporte público. “A via, sob responsabilidade da VLi, tem foco no transporte de carga. É importante ressaltar que os estudos de viabilidade técnica para sua adaptação a outros fins ainda estão em andamento pelos interessados e deverão ser submetido à análise e manifestação da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]”. A empresa é também a responsável pela tradicional Maria Fumaça, que faz o trajeto entre São João del Rei (MG) e Tiradentes (MG).

Após a chancela dos governos local e federal, as viagens devem ser feitas por um veículo leve sobre trilhos (VLT), escolhido justamente para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural.

O governo ainda analisa o valor da passagem e pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos. A expectativa é que dois vagões façam duas viagens diárias de Brasília até o município goiano.

Reprodução / Antt
Mapa atual das ferrovias na Região Metropolitana do Distrito Federal

VLT na W3

Promessa de vários governos anteriores, o VLT já entrou no imaginário do brasiliense, seja pela promessa de cruzar a Esplanada dos Ministérios, seja para interligar a W3 Norte e a W3 Sul ao Aeroporto Internacional de Brasília. Embora haja projetos e estudos na ANTT e na CBTU, nenhuma dessas linhas saiu do papel.

A estreia do novo trajeto só foi possível graças à linha férrea já existente, hoje exclusiva para o transporte de cargas, e que foi adaptada para a condução de passageiros. “Estou depositando muitas fichas nesse projeto, porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse Ibaneis Rocha (MDB) em entrevista ao Metrópoles no início do ano.

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O projeto prevê que o VLT seja parecido com os que hoje atuam nas cidades do Nordeste
Na versão brasiliense, será um trem com três vagões
A expectativa é que a Rodoferroviária seja revitalizada para receber os 600 passageiros permitidos por viagem
Movidos a diesel, os vagões serão abastecidos e passarão por reparos em Brasília
Segundo a Semob, a construção do VLT ligando as W3 Norte e Sul custará R$ 2 bilhões
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O presidente da TCB visitou o VLT de Santos para estudar implantação no DF

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O projeto prevê que o VLT seja parecido com os que hoje atuam nas cidades do Nordeste

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Na versão brasiliense, será um trem com três vagões

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A expectativa é que a Rodoferroviária seja revitalizada para receber os 600 passageiros permitidos por viagem

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Movidos a diesel, os vagões serão abastecidos e passarão por reparos em Brasília

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Segundo a Semob, a construção do VLT ligando as W3 Norte e Sul custará R$ 2 bilhões

CBTU/Reprodução

 

Pesquisa realizada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos revela que pelo menos 80 mil usuários utilizam transporte público entre o DF e municípios da região do Entorno Sul. O resultado não contempla os passageiros adeptos de carros particulares, por exemplo. Atualmente, de ônibus, um cidadão precisa desembolsar R$ 4,65 de Brasília a Valparaíso por viagem. Para Luziânia, o valor aumenta para R$ 6,45 por trecho. Na linha férrea de Maceió (AL), que tem distância semelhante, a tarifa é de R$ 1, com valor atualizado em maio de 2018.

Preço da passagem

O secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Paulo Roriz, afirmou que a equipe da pasta passa a se debruçar sobre os estudos para determinar o preço futuro da passagem. Ele disse que a experiência dos próximos meses servirá, também, para avaliar a aceitação dos passageiros do Distrito Federal quanto ao novo modal.

“Como o transporte público não é feito para dar lucro, fixaremos o valor da tarifa de forma que fique mais atraente do que a dos ônibus, para ser a melhor opção para integrar o DF com a região do Entorno”, disse, quando o projeto foi anunciado.

A programação prevê a revitalização também da Estação Rodoferroviária, localizada no fim do Eixo Monumental, hoje sede da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Com a arquitetura horizontal assinada por Oscar Niemeyer e suas fileira de janelas – as quais sugerem um longo trem de passageiros –, a estação tem estrutura de ligação para cinco plataformas e permite o embarque e desembarque de uma dezena de trens ao mesmo tempo.

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