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Rodoviários e empresas não chegam a acordo e greve pode ocorrer

Nesta sexta (15) houve o que deveria ser a última tentativa de negociação entre as partes. Trabalhadores decidem segunda sobre paralisação

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Após uma suposta última tentativa de negociação na tarde desta sexta-feira (15/9), rodoviários não chegaram a um acordo com as empresas de transporte público que atuam na capital. A decisão, no entanto, ainda não representa o fim das tentativas de consenso e início das paralisações, já que uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira (18/9), às 10h. Só depois do novo encontro, motoristas e cobradores decidem se e quando cruzam os braços.

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial com ganho real sobre a inflação, além de aumento no valor de tíquete-alimentação, cesta básica, plano de saúde e plano odontológico. As empresas, no entanto, alegam não ter condições de arcar com aumento superior ao percentual de reposição da inflação, já concedido à categoria em julho.

A reunião desta sexta (15), mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), foi a quarta audiência realizada com o objetivo de resolver o conflito. Durante o encontro, as duas partes discutiram a última proposta apresentada pelo TRT-10.

Concebida pelaa desembargadora Maria Regina Machado Guimarães, responsável pela mediação das negociações, a proposição previa o pagamento de abono mensal a motoristas e cobradores, com vigência até a próxima convenção coletiva da categoria.

Segundo o TRT-10, a medida traria um aumento real para os trabalhadores e não teria reflexos na folha das empresas, por conta do caráter indenizatório do abono. Assim, o dinheiro repassado aos rodoviários não atrairia a necessidade de contribuição ao INSS e nem pagamentos de 13º salário e férias, entre outros. As empresas, no entanto, recusaram os termos.

No fim da reunião, a desembargadora Maria Regina ainda fez uma nova proposta às partes, que prevê 4,75% de reajuste salarial, 5% de aumento no ticket alimentação, 5,5% na cesta básica, 13,55% no plano de saúde e 13,55% no plano odontológico.

O procurador do Ministério Público do Trabalho presente à reunião, Carlos Eduardo Brisolla, também apresentou proposta de acordo semelhante, alterando apenas a forma de concessão do reajuste salarial, para o qual sugeriu um escalonamento: 4% de maio a setembro e 5% a partir deste mês em diante. A nova proposta deve ser analisada pelas partes e um posicionamento será determinado na segunda (18).

Em nota, no entanto, o Sindicato dos Rodoviários do DF sinaliza que não deve aceitar os termos apresentados pela Justiça: “O impasse está criado. Não há novas negociações previstas.  A direção do sindicato vai se reunir e decidir os próximos passos a ser dado (sic). A categoria deve permanecer mobilizada e atenta aos comandos do sindicato”, afirma o comunicado.

As negociações entre empresas e trabalhadores tiveram início em 28 de agosto, quando a categoria fez uma paralisação geral que deixou mais de 800 mil brasilienses sem ônibus. Desde então, motoristas e cobradores se comprometeram a não fazer mais greve até que encerradas todas as tentativas de acerto com os empregadores.

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