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Polícia Civil investiga causas de incêndio em garagem do Grupo Amaral

Perícia esteve no local nesta segunda-feira (6/6) para colher evidências. Delegado trabalha com hipótese de fogo provocado

atualizado

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Pericia grupo amaral
1 de 1 Pericia grupo amaral - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Dois dias após o incêndio que destruiu ao menos 30 ônibus, peritos da Polícia Civil estiveram na garagem do Grupo Amaral, no Itapoã, para colher evidências e tentar esclarecer o que iniciou as chamas que tomaram conta do local no sábado (4/6). Servidores do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) também fizeram uma visita nesta segunda-feira (6) ao pátio onde estão os veículos, com o intuito de estimar os prejuízos causados pelo fogo.

A principal dúvida dos investigadores é se o fogo foi causado de forma criminosa. O delegado da 6ª DP (Paranoá), Marcelo Portela, não descarta essa possibilidade. “A perícia deve trazer novas informações para que possamos conduzir a investigação e saber se o incêndio foi intencional”, afirmou. Segundo Portela, três homens foram detidos nas proximidades do local no mesmo dia. Mas, até o início da noite desta segunda (6), não era possível determinar se eles tiveram algum envolvimento com o caso.

Segundo o ex-senador e herdeiro do Grupo Amaral, Valmir Amaral, o fogo se alastrou porque havia um superlotamento na garagem. “Por causa das decisões do GDF no mandato do Agnelo (Queiroz), tive de levar os ônibus de Planaltina, São Sebastião e outras cidades para o espaço do Paranoá. Em um local para 150 veículos, havia 350”, disse.

Prejuízo
Apesar do relatório realizado pelos peritos do DFTrans sobre os prejuízos do incêndio ainda não ter sido divulgado, segundo especialistas da área, um veículo naquelas condições custa, em média, R$ 50 mil. Assim, somente em unidades completamente consumidas pelo fogo, a perda seria de cerca de R$ 1,5 milhão, sem considerar os outros 200 ônibus que tiveram estragos parciais e a estrutura física avariada.

Grupo Amaral
O conglomerado do setor de transportes foi criado por Dalmo Josué do Amaral, que se mudou para a região de Brasília ainda nos anos 1950. O empresário chegou a ser dono de 30 empresas da área e atuou no DF por décadas.

Porém, em 2013, após inúmeros casos de reclamação de usuários e descumprimento de contratos permissionários, o GDF decidiu intervir em empresas do grupo.

Na época, Valmir Amaral já controlava as companhias viárias do pai, que acabou falecendo no ano seguinte, aos 80 anos de idade. Nos anos posteriores, as empresas controladas pela família Amaral acabaram excluídas das licitações para o transporte público do DF, deixando as garagens do grupo repletas de ônibus velhos.

Em março deste ano, a Justiça decretou a falência da Santo Antônio Transporte e Turismo, da Rápido Girassol Transportes, da Expresso Rota Federal Transportes, da Santo Antônio de Veículos, da Rápido Santo Antônio, da Jat Aerotaxi e da Viação Valmir Amaral, todas pertencentes ao Grupo Amaral.

A sentença foi publicada uma semana depois de a Justiça anunciar o leilão de uma mansão avaliada em R$ 15 milhões do ex-senador Valmir Amaral, no Lago Sul, para quitar dívidas do empresário, incluindo a sonegação de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) desde 2007.

O leilão é decorrência da falência de outra empresa do grupo, a Rápido Brasília Transportes e Turismo Ltda. Nesse caso, a medida foi decretada em razão do pedido de uma credora, que tentou executar a empresa e encontrou bens para serem penhorados.

Em maio, a Justiça também decretou a falência da empresa Rápido Planaltina e Transportes Progresso, ambas de propriedade do Grupo Amaral. Com a falência, os veículos estavam todos na garagem.

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