Passe Livre marca protesto contra reajuste das tarifas de ônibus e metrô
Grupo articula manifestação para esta sexta-feira (18/9), na Rodoviária, no final da tarde. Novos valores entram em vigor no domingo
atualizado
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O primeiro protesto de rua que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) vai enfrentar após o anúncio do pacote de austeridade será contra o reajuste das passagens de ônibus e metrô. Nesta sexta-feira (18/9), o Movimento Passe Livre faz manifestação na Rodoviária, às 17h. O reajuste entra em vigor neste domingo (20). Nos ônibus, as passagens, que hoje vão de R$ 1,50 a R$ 3, custarão de R$ 2,25 a R$ 4. Já a tarifa de R$ 3 do metrô passará para R$ 4.
A mobilização já preocupa a equipe do Palácio do Buriti, uma vez que mais de 800 mil brasilienses utilizam o transporte público no Distrito Federal e pode haver grande adesão ao protesto do Passe Livre. “Não tem lógica esse aumento”, desabafa Paíque Duques, um dos organizadores do movimento.
Ele destaca que o reajuste foi anunciado no mesmo dia em que o Senado promulgou Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que incluiu o transporte público na lista dos direitos sociais, ao lado de educação, saúde e moradia. “A passagem tem que ter 100% de subsídio do governo. É um serviço essencial”, argumenta.
Nesta terça (15), os integrantes do movimento fizeram a primeira reunião para organizar o protesto. “Essa história de ter ficado nove anos sem reajuste é conversa pra boi dormir. O governo está aliado aos empresários”, denuncia Duques.
O governo alega que deixará de gastar cerca de R$ 50 milhões apenas neste ano, já que subsidia (paga) o transporte no DF. Isso significa dizer que, quando o usuário passa pela catraca do ônibus, o que ele paga não representa o valor real do bilhete.
A passagem custa mais caro, o que é chamado de tarifa técnica, porém, apenas parte dela — a tarifa do consumidor — é repassada aos cidadãos. A diferença é subsidiada com recursos públicos. O orçamento local ainda arca com a gratuidade para idosos, pessoas com deficiência e com o passe livre estudantil.
Foto: Tony Winston/Agência Brasília