Paralisação de rodoviários deixa DF sem ônibus nesta segunda (28/8)
A previsão é que a categoria permaneça de braços cruzados durante todo o dia ou até que as empresas sinalizem com algum acordo
atualizado
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O brasiliense que depende de ônibus para se locomover foi surpreendido na manhã desta segunda-feira (28/8) com uma paralisação surpresa dos rodoviários. A ação tem como objetivo pressionar os donos de empresas por um novo reajuste salarial. No DF, cerca de 850 mil pessoas utilizam o transporte coletivo. A previsão é que a categoria permaneça de braços cruzados durante todo o dia ou até que as empresas sinalizem com algum acordo.
Por conta da paralisação dos ônibus, as faixas exclusivas das estradas parque Taguatinga (EPTG), Núcleo Bandeirante (EPNB), Setor Policial Sul e W 3 estão liberadas até a meia-noite ou enquanto durar a greve dos rodoviários. Sem o principal meio de transporte público funcionando, o trânsito nesta manhã registra diversos engarrafamentos nos principais acessos ao Plano Piloto.
No início de julho, os rodoviários conseguiram 4% de aumento. Agora, pedem mais 2% para que o ganho seja real (acima da inflação) e ainda que não haja cortes nos planos de saúde e odontológico (além de aumento dos valores), assim como aumento na carga horária de trabalho.As empresas ofereceram reajuste salarial total de 4,5% e afirmam não terem sido notificadas da paralisação.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, a paralisação afeta 100% da frota do DF. “A paralisação é para pressionar as empresas pelo fechamento da data-base que não foi concluído até o momento. Estamos buscando uma proposta satisfatória. Só pretendemos voltar após uma sinalização”, disse o diretor José Carlos da Fonseca (Gibran).
Há relatos de que não há ônibus circulando em Taguatinga, Sobradinho, Gama, Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Planaltina e Santa Maria. Por volta das 6h05, todas as baias da rodoviária do Plano Piloto também estavam vazias, sem nenhum coletivo.
A empregada doméstica Joana Martins, 31 anos, ficou na parada por mais de uma hora na tentativa de pegar pelo menos um transporte pirata. “Não consegui. Os que chegavam aqui já vinha cheios”, disse ela, que acabou ligando para a patroa e informando que iria faltar. O agente administrativo Tomás Filgueiras, 28 anos, tentava por celular encontrar uma “carona amiga” para não perder o dia de trabalho. “Estou vendo se um colega de serviço me pega aqui”, contou.
A diarista Maria Tavares, 44 anos, já contabilizava o prejuízo. “Se perder a faxina de hoje, são R$ 140 a menos no meu orçamento. Faz uma grande diferença”, lamentou. A mulher estava disposta a pagar R$ 10 para um carro de passeio que fazia corrida pirata. O problema é que todos passam lotados pela parada de ônibus. “É melhor perder R$ 10 do que R$ 140”, completou.
Na quarta-feira da semana passada, a categoria também fez uma paralisação relâmpago no final da tarde e tumultuou a volta para casa.
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