MPL fará protesto nesta terça contra reajuste de passagens no DF
Manifestação foi marcada para as 18h, na Praça do Compromisso, na 703/704 Sul. Tarifas de ônibus e metrô subiram 10%
atualizado
Compartilhar notícia
O Movimento Passe Livre do Distrito Federal (MPL-DF) marcou para esta terça-feira (14/01/2020) um protesto contra o reajuste de 10% nas passagens do transporte público, que entrou em vigor nessa segunda (13/01/2020). A medida gerou descontentamento entre usuários de ônibus e metrô da capital.
O evento Não vamos pagar mais para circular menos está previsto para ter início às 18h e se concentrará na Praça do Compromisso, na 703/704 Sul. Até a noite de segunda, mais de 840 pessoas já haviam confirmado presença, enquanto outras 1,8 mil se mostraram interessados em participar do ato.
A manifestação ocorre um dia depois de o Governo do DF (GDF) colocar as novas tarifas em prática. No mesmo dia, o governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu a manutenção dos novos valores.
A declaração foi dada após o titular do Palácio do Buriti tomar conhecimento do pedido de explicações ao GDF feito pelo Ministério Público de Contas (MPC-DF), conforme revelado pelo Metrópoles, e de deputados distritais cobrarem a suspensão imediata do aumento.
“Estou muito tranquilo, o MPC-DF está no direito e no dever dele. Chegamos a esse valor após vários estudos e entendemos ser razoável. Tivemos aumento de combustíveis recentes e até no número de funcionários das empresas, em função de novas linhas para a integração. É claro que, se o Tribunal de Contas [TCDF] decidir algo sobre o assunto, temos um histórico de ajustar nossos entendimentos. Mas estou muito seguro sobre essa questão”, disse Ibaneis à coluna Janela Indiscreta.
Segundo o chefe do Executivo, os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis e o fato de as tarifas não terem sido reajustadas nos últimos três anos, enquanto os custos de operação do sistema subiram, também pesaram. Além disso, uma das questões a serem estudadas pelo governo diz respeito às isenções nas cobranças de passagens no DF, hoje estimada pelo GDF em R$ 701,3 milhões ao ano.
“Os deputados distritais defendem mais e mais gratuidades, mas precisamos deixar claro que não existe essa gratuidade. Todos sabemos que, quanto mais se concede esse benefício, quem acaba pagando é o contribuinte. Qualquer tipo de transporte é subsidiado em todos os lugares do mundo. A questão é que o nosso orçamento não comporta mais. A conta não fecha”, completou.
Deputados pedem suspensão do aumento
O reajuste também provocou insatisfação entre integrantes da Câmara Legislativa (CLDF), que se reuniram para tentar criar estratégias de suspender o ato, já que a Casa está oficialmente em recesso parlamentar.
O período inviabilizaria, por exemplo, a aprovação de um decreto legislativo para sustar o ato recente do GDF. Como só retornam ao trabalho em fevereiro, os parlamentares tentam convencer o chefe do Executivo a recuar do reajuste e pediram a suspensão imediata do aumento.
“Nosso governo pegou uma licitação que não foi feita por nós. Estamos tentando nos adaptar, na medida das possibilidades. Se querem melhorias, avanços, também precisamos estancar os gastos. É claro que temos muito o que melhorar no transporte do DF, realmente. Mas o governo não consegue mais arcar com essa fatia alta para o transporte”, finalizou o governador.
Novos valores
O reajuste nas passagens de ônibus e de metrô foi fixado em 10% para todas as tarifas. Ou seja, a de R$ 2,50 passou para R$ 2,75; a de R$ 3,50 ficou em R$ 3,85; e a de R$ 5 subiu para R$ 5,50.
O aumento foi autorizado em decreto assinado pelo governador em exercício do DF, Paco Britto (Avante), na última quinta-feira (09/01/2020), e publicado no Diário Oficial do DF (DODF) de sexta (10/01/2020).
Por meio de nota, a Secretaria de Transporte e Mobilidade informou à reportagem que encaminhou ao MPC-DF, nessa segunda-feira (13/01/2020), a cópia do processo referente ao aumento das tarifas.
“Cabe esclarecer que, no referido processo, encontram-se os estudos que embasaram o reajuste e a ata da reunião do Conselho de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal, realizada no dia 8 de janeiro de 2020”, disse a pasta.