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Movimento Passe Livre critica prisão de adolescente e nega uso de explosivos

Em nota, PM afirmou que jovem carregava coquetel molotov no momento da prisão. Movimento Passe Livre promete novos protestos

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1 de 1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Integrantes do Movimento Passe Livre reagiram à afirmação da Polícia Militar do Distrito Federal de que teriam sido encontrados explosivos durante a manifestação que ocorreu ontem (18/9), na Rodoviária do Plano Piloto. Em nota, os policiais disseram que um adolescente foi preso por carregar um coquetel molotov e bombas do tipo “cabeção”, supostamente fornecidos pela organização do ato.

“Isso é nitidamente uma mentira deslavada da Polícia e do GDF, para tentar desesperadamente justificar o quase massacre que eles causaram no metrô”, afirma a militante do MPL Leila Saraiva.

“Nunca existiu nenhum coquetel molotov. Isso é uma campanha articulada de difamação do movimento, pra deslegitimar a luta popular contra o aumento. O governo não só quer que os mais pobres paguem a conta, como é incapaz de escutar nossa demanda”, diz Leila.

Um dos advogados do movimento, Ariel Foina, afirma que os policiais se recusaram a informá-lo sobre a prisão do adolescente – da qual só tomou conhecimento a partir da divulgação da nota. “Quando nós ligamos para a Delegacia da Criança e do Adolescente disseram que não tinha chegado ninguém”, conta o advogado.

Embora seja prevista a preservação do sigilo da identidade no caso de crianças e adolescentes detidos, a ausência de informações básicas preocupa os advogados, pois dificulta o monitoramento da defesa sobre o tratamento dado aos presos.

“Não é a primeira, nem a última vez que isso ocorre. A gente fica de mãos atadas, sem saber se o contato com os pais foi feito como deveria ter sido, se aquele adolescente está sendo respeitado ou não”, explica Érika Medeiros, advogada do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do DF (Cedeca).

Além do adolescente, cuja identidade não foi divulgada, os policiais chegaram a deter dois adultos, que foram encaminhados para a 5ª DP e logo em seguida liberados. Entre eles, estava Raphael Sebba, servidor do GDF e candidato a deputado federal pelo PSB nas últimas eleições. Segundo a PM, o adolescente levava “duas garrafas de coquetel molotov e dois rojões dentro da mochila”. Ele teria dito, ainda, que “outras 40 pessoas também portavam o artefato explosivo com o intuito de arremessar contra os policiais que faziam a segurança do local”.

Na próxima semana, o Movimento Passe Livre afirma que serão realizados novos protestos pelo Distrito Federal. O primeiro será na segunda-feira (21/9), em Brazlândia e, em seguida, na Ceilândia. Os locais e horários ainda não foram divulgados. Neste sábado, o grupo também realizará uma oficina aberta de produção de vídeo no Beco da Cultura, no Mercado Sul, em Taguatinga.

O secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, após reunião com o governador Rodrigo Rollemberg na manhã deste sábado, convidou os organizadores do movimento para uma reunião na segunda-feira (21/9) a fim de esclarecer os motivos do reajuste.

O grupo protesta contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô, anunciado pelo governo para a partir de amanhã (20/9). As passagens, que hoje vão de R$ 1,50 a R$ 3, custarão de R$ 2,25 a R$ 4. Já a tarifa de R$ 3 do metrô passará para R$ 4. Ao todo, a Polícia estima que cerca de 600 pessoas participaram do ato. A organização fala em 2 mil manifestantes.

Leia a nota completa da PM
A Polícia Militar do Distrito Federal informa que durante a manifestação de hoje (18/9), realizada pelo movimento estudantil com apoio de outros movimentos, foram realizados os procedimentos legais de contenção e uso progressivo da força. Na tentativa de invasão à estação do metrô os policiais tentaram o diálogo mas não obtiveram êxito. Sendo assim, realizaram contenção com o uso de gás e tonfas (cacetete). Em seguida, os manifestantes voltaram para plataforma inferior da rodoviária e arremessaram pedras contra os policiais. O sargento Roberto e o cabo Vasconcelos, ambos do 2º BPM, foram atingidos por pedradas na cabeça e socorridos ao Hospital de Base e ao Santa Luzia, respectivamente. Ambos permanecem em observação. Um menor de idade foi detido portando coquetel molotov e bombas tipo “cabeção”. Ele foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente e informou ter recebido o kit da organização da manifestação. O efetivo da PMDF contou com cerca de 100 policiais. Aproximadamente 600 pessoas participaram da manifestação.

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