Secretário de Transporte diz que não há previsão de reajustar passagem
Em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (9/1), Valter Casimiro destacou, ainda, que poderá colocar mais ônibus nas ruas
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (9/1), o secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Valter Casimiro, disse que não há previsão de aumentar o valor das passagens neste ano.
“Os técnicos nos informaram que os R$ 500 milhões previstos na Lei Orçamentária Anual são suficientes para pagar o subsídio [repassado às empresas de ônibus]”, explicou.
O último aumento nas tarifas de ônibus e metrô ocorreu em janeiro de 2017. O reajuste de até 25% foi aplicado por decisão judicial, após embate entre o GDF e a Câmara Legislativa, afetando mais de um milhão de pessoas que dependem do sistema de transporte público. As passagens passaram de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 nas de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 nas viagens de longa distância, integração e metrô.
O secretário ressaltou, entretanto, não ser possível garantir o congelamento dos preços para os próximos anos, pois são levadas em conta questões econômicas e de equilíbrio do sistema. “Não posso dizer que daqui a um ano não teremos aumento da tarifa em função da inflação e de todo um aspecto macroeconômico que a gente precise rever.”
Assista à entrevista:
A Viação Pioneira, São José, Urbi e Marechal não quiseram comentar a expectativa do governo de não aumentar o custo da passagem. A reportagem não conseguiu contato com a Piracicabana até a última atualização deste texto.
Casimiro disse, ainda, que mais ônibus poderão ser colocados nas ruas do DF, pelo menos até que seja aprimorada a integração entre os modais. “O processo de integração entre ônibus, metrô e BRT é fundamental para melhor aproveitar a quantidade de linhas e ônibus que têm em Brasília”, completou.
Segundo o gestor, embora relatórios apontem que a capital da República é uma das cidades que têm o quilômetro rodado mais barato, o cidadão não tem essa noção: “É preciso distribuir melhor a rede”.
Nova licitação
A 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou, em novembro de 2018, que uma nova licitação para o sistema de transporte público seja feita no prazo máximo de um ano. O secretário afirmou que a pasta está trabalhando em novo processo de seleção de empresas. “Decisão judicial não se questiona: se cumpre”.
Uma ação popular iniciada em 2013 denunciou a suposta criação de um cartel formado pelas empresas Piracicabana e Pioneira, ambas finalistas de etapas da licitação. Também é alvo a Marechal.
Casimiro defendeu a metodologia do atual sistema. “O modelo que estabelece tarifa técnica para que não penalize o usuário é muito bom para a população. A tarifa técnica equilibra o sistema e faz com que a passagem fique mais barata para o usuário. A ideia é continuar assim”, afirmou.
Entre 2012 e 2013, o GDF assinou contratos com duração de 10 anos, dividindo o serviço de transporte coletivo em bacias de atendimento exploradas por cinco empresas: Piracicabana, Pioneira, Marechal, São José e Urbi.
Perfil
Antes de ser nomeado para a pasta, Casimiro era o titular do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Os principais desafios de Casimiro no GDF são melhorar a qualidade do transporte público, integrar de forma mais eficiente os modais e realizar nova licitação para as empresas de ônibus, uma vez que há determinação judicial nesse sentido.
O gestor é servidor de carreira do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) desde 2006. No órgão, atuou como coordenador de Obras Hidroviárias, coordenador-geral de Portos Marítimos e diretor de Infraestrutura Aquaviária.
Ele é bacharel em ciências contábeis pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF) e possui MBA em administração financeira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Casimiro foi nomeado diretor-geral do Dnit em setembro de 2015 e tomou posse, em abril de 2018, como ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
Ele é um dos nomes que participaram da gestão do ex-presidente da República Michel Temer (MDB) e agora tem espaço no governo Ibaneis Rocha (MDB).
Os ex-ministros de Saúde, Gilberto Occhi; dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha; e do Esporte, Leandro Cruz Fróes da Silva; também integram o quadro do GDF.