Em greve, Metrô-DF reabre 21 das 24 estações para horário do rush
Intenção da companhia é manter 75% dos trens em funcionamento no horário de pico na volta para casa, no mesmo esquema utilizado pela manhã
atualizado
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A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) manteve na manhã desta quinta-feira (9/11) 75% da frota rodando, com 18 trens em funcionamento. Das 24 estações, 22 ficaram abertas para embarque e desembarque. As paradas da Asa Sul e da Guariroba, em Ceilândia, funcionaram apenas para a saída de passageiros. Ao meio-dia, a circulação dos trens foi encerrada e só foi retomada às 16h30.
O Sindicato dos Metroviários (SindMetrô) garante que a categoria mantém a paralisação. “Basicamente, colocaram quem tem função comissionada e cargo de chefia para trabalhar. Assim, eles garantem o funcionamento. Hoje, o Metrô tem 900 funcionários”, afirmou Leandro Santos, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Metroviários.A diferença para o esquema da manhã é que três terminais ficaram fechados para embarque: Asa Sul, Taguatinga Sul e Guariroba. A intenção da empresa é garantir o atendimento à população, mesmo diante da greve da categoria, no horário de pico. Para funcionar, os gerentes e pilotos estão nos postos de trabalho. O Metrô informou que está rodando com 18 trens e, a depender do movimento, pode aumentar o número para 23.
A categoria decidiu entrar em greve após assembleia na noite de quarta-feira (8/11), mesmo com decisão judicial determinando que 90% dos trens continuassem rodando nos horários de pico. A liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) estipulou ainda a circulação de 60% da frota nos demais períodos até o fim da paralisação.
Os metroviários, no entanto, afirmaram não terem sido notificados oficialmente. Por isso, manteriam o funcionamento de apenas 30%. Cerca de 160 mil pessoas usam o metrô diariamente no DF. A categoria se reunirá, na tarde desta quinta, na Praça do Palácio do Buriti. Às 14h30, haverá uma reunião com a Casa Civil para decidir os próximos rumos da greve.
Estações vazias
Diante do aviso de greve, os passageiros optaram por não ir às estações do metrô. De acordo com a assessoria da empresa, o movimento é 30% menor do que nos dias normais. Moradora de Águas Claras, Eliane Sousa, 35 anos, decidiu arriscar a ida de metrô ao trabalho porque os amigos avisaram em um grupo de WhatsApp que alguns trens poderiam rodar.
“Como não tenho hora certa para entrar no trabalho, decidi arriscar. Pensei: ‘Vou entrar e esperar um pouco’, e deu certo”, afirmou.
Greve
A greve dos metroviários foi aprovada em assembleia da categoria no último domingo (8). Os servidores reivindicam recomposição salarial no valor da inflação e a nomeação de mais de 600 aprovados em concurso. Após a última paralisação da categoria, em 2015, o GDF se comprometeu a cumprir as medidas. No entanto, segundo os metroviários, o acordo não foi respeitado.
O GDF, por sua vez, afirma que não há dotação orçamentária para a concessão de reajustes e a nomeação de servidores. Na sexta (10), às 15h, ambas as partes devem se encontrar em audiência de conciliação mediada pelo TRT10.
Após a divulgação da liminar, a Secretaria de Mobilidade do DF (Semob-DF) informou que, mesmo com a determinação, “manterá um esquema especial que prevê o reforço da frota com mais 26 linhas que passam paralelas às estações saindo de Samambaia, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Guará. Além disso, a população contará com 67 veículos a mais, sendo 51 articulados e 16 padrons”.