Greve dos metroviários chega ao 31º dia. Término depende da Justiça
TRT-10 tem a intenção de julgar o dissídio coletivo de greve nas próximas semanas
atualizado
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A greve dos metroviários completa 31 dias neste sábado (9/12) – nesse período, a população dependente do metrô sofreu com a insuficiente oferta de trens. Os servidores cruzaram os braços no início de novembro e, desde então, os usuários são os mais afetados. Agora, o fim do impasse está nas mãos da Justiça.
A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) desistiu das negociações com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindMetrô-DF) e é categórica ao responder sobre uma possível resolução do caso: “Todas essas questões serão decididas pelo TRT. Não há mais acordo”, informou, em nota.
A previsão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) é que o dissídio coletivo de greve será julgado ainda neste mês, apesar das atividades estarem perto de serem interrompidas por conta do recesso iniciado na segunda quinzena de dezembro. O relator do processo é o desembargador André Damasceno, da Primeira Seção Especializada.Os servidores reivindicam recomposição salarial de 8,4% – com base na inflação, registrada entre 2014 e 2015, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – e a contratação de 330 concursados. O diretor administrativo do SindMetrô-DF, Marlon Bernardo, lembra que esse foi o acordo firmado com o GDF há três anos. O governo, então, vinha usando como justificativa a permanência no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para se esquivar do compromisso – o perrengue, no entanto, acabou em setembro.
“A gente tentou negociar antes de chegar nessa greve. Esperamos nesses três anos, sem fazer qualquer tipo de mobilização, porque a esperança era de que quando saísse da LRF seria resolvido”, defende Bernardo. “A gente quer que o governo cumpra o acordo feito em 2015. A gente não quer que ele pague reajuste, é só uma correção monetária da época”.
A Justiça determinou, ainda em novembro, que o metrô deve funcionar com 75% dos trens nos horários de pico – o número, porém, é aquém do necessário e os usuários precisam se espremer nos vagões lotados, no início da manhã e fim da tarde, para chegar ao destino. Nos outros momentos, o percentual mínimo estabelecido para o serviço cai para 30%.