DFTrans cancela 36,4 mil passes para pessoas com deficiência
Dos 64.224 usuários com acesso à gratuidade, apenas 27.828 fizeram a atualização dos dados
atualizado
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O Transporte Urbano do DF (DFTrans) suspendeu 36,4 mil cartões do sistema de bilhetagem para usuários de transporte público com deficiência. Os beneficiários não fizeram o recadastramento no prazo determinado e, por isso, não terão acesso à gratuidade.
Ao todo, são 64.224 usuários com acesso ao passe para pessoas com deficiência. Destes, apenas 27.828 fizeram a atualização dos dados. Outros 36.396 não procuraram o DFTRans. Eles representam quase 56,6% do montante que tinha direito ao benefício.Com o cancelamento dos passes, o DFTRans calcula que vai economizar até R$ 5 milhões por mês, ou R$ 60 milhões a cada ano. O diretor-geral do órgão, Marcos Tadeu de Andrade, disse não haver suspeita de fraude. “Uma das possibilidades é que as pessoas não tenham como comprovar o direito ao benefício”, destacou.
Ainda de acordo com Andrade, quem levar a documentação necessária poderá atualizar o cadastro. Se isso não for feito, o benefício continuará suspenso. Para comprovar que tem direito ao Cartão+Especial, o usuário deve levar um laudo médico justificando a deficiência, RG, CPF, comprovantes de renda e residência, além de foto 3×4.
O recadastramento para atualizar as informações começou em novembro de 2017 e terminou em março deste ano. Os usuários deveriam fazer a atualização pelo portal do Bilhete Único de Brasília ou em nos postos da Defensoria Pública do DF.
À época, o DFTrans alertou que a perda do prazo acarretaria na suspensão do benefício. O cartão possibilita pessoas com deficiência fazerem até oito viagens por dia.
Segundo legislação distrital, a gratuidade no transporte público para pessoas com deficiência é válida para:
– Quem tem insuficiência renal e cardíaca crônica;
– Pacientes com câncer;
– Portadores de vírus HIV;
– Pessoas com anemias congênitas (falciforme e talassemia) e coagulatórias congênitas (hemofilia);
– Pessoas com deficiência física, sensorial ou mental.
Operação Trickster
A bilhetagem eletrônica foi alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No dia 24 de abril, a corporação deflagrou mais uma fase da Operação Trickster, que apura desvios no sistema.
Na ocasião, agentes da PCDF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do então diretor do DFTRans, Léo Carlos Cruz. Também prenderam um dos gestores do órgão. Ao tomar conhecimento do desdobramento da operação, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) mandou demitir Léo Cruz.
No lugar dele, assumiu Marcos Tadeu de Andrade, auditor de controle interno de carreira e então controlador-geral adjunto do DF.