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DF tem o maior nº de ônibus por habitante, mas passageiros penam

De acordo com especialista ouvido pelo (M)Dados, problemas estão na integração do sistema

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1 de 1 TCDF-denuncia-falha-na-bilhetagem-1 onibus transporte publico - Foto: Myke Sena/Especial para o Metrópoles

O Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior número de ônibus por habitante, revela levantamento exclusivo feito pelo (M)Dados. A frota da capital da República tem 12.764 ônibus, para uma população de 2,974 milhões. O número inclui todos os ônibus com placas do DF. Com isso, há um coletivo para cada 233,05 moradores brasilienses. Em segundo lugar, o Paraná possui um ônibus para cada 251,25 habitantes. Em terceiro, vem Minas Gerais (262,38). As informações sobre o tamanho da frota de coletivos é do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e se referem a 2018. Já a estimativa de população de 2018 é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o professor do departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em transporte, Paulo Cesar Marques da Silva, a proporção de ônibus por habitante, no entanto, não indica que o DF tenha o melhor sistema de transporte público.

Primeiro porque, afirma o pesquisador, a comparação entre o Distrito Federal e outros unidades federativas mascara as singularidades da capital do país. Do ponto de vista de transporte público, o DF se assemelha mais a uma grande área metropolitana. “Quando se comparam as populações, é preciso levar em consideração uma quantidade enorme de pessoas que moram na área rural e em cidades pequenas de estados que não têm e não precisam de ônibus”, explica Paulo Cesar.

O segundo ponto, diz o acadêmico, é que a grande quantidade de veículos não se traduz necessariamente em um bom serviço de transporte público. “Mais ônibus não significa um sistema melhor. É necessário que ele seja mais racionalizado”, apontou.

“Uma forma visualmente evidente é ver a quantidade de ônibus parados ali no Estádio Mané Garrincha. É ruim que, nos horários de pico, os ônibus estejam lotados e depois eles fiquem parados”, exemplificou. De acordo com o professor, “uma frota menor e menos ociosa poderia atender melhor os passageiros desde que houvesse uma melhor integração”.

Para Paulo Cesar, por causa das longas distâncias e poucas paradas, “o DF é um sistema muito apropriado para transporte ferroviário”. “E para esse sistema ser alimentado pelos ônibus, fazendo as viagens mais curtas”, apontou.

Uma evidência disso é a quantidade de reclamações que o serviço de ônibus recebeu entre janeiro de 2016 e julho de 2019 na Ouvidoria do Governo do Distrito Federal. Foram 21.290 envolvendo desde atraso nas linhas até a falta de pontos. Especificamente sobre a quantidade de ônibus, foram 482 reclamações. Já sobre linhas de ônibus, 1.052. O item que recebeu mais críticas foi o descumprimento da tabela de horários, com 9.235.

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