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CPI do Transporte ouve ex-secretário e continua sem entender valor pago pelo GDF a empresas de ônibus

Vazquez voltou a defender a legalidade da licitação e defendeu a participação do advogado Sacha Reck no processo

atualizado

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Rinaldo Morelli/CLDF
José Vazquez
1 de 1 José Vazquez - Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

A CPI da Câmara Legislativa que investiga irregularidades na licitação que renovou a frota de transporte coletivo do Distrito Federal ouviu, mais uma vez, nesta quinta-feira (17/3), o ex-secretário de Transportes José Valter Vasquez e o ex-diretor do DFTrans, Jair Tedeschi, que depôs na condição de convidado, enquanto o primeiro foi convocado para prestar depoimento. Um dos temas mais discutidos na oitiva foram os critérios para a adoção da tarifa técnica pelos cofres públicos, em valor superior ao pago pelos usuários do sistema. Mas após a reunião, as dúvidas em relação ao valor continuam.

Vazquez voltou a defender a legalidade da licitação e negou que o advogado Sacha Reck tenha desempenhado papel de definir as decisões adotadas pela CPI. “Ele apenas assessorava tecnicamente”, enfatizou, alegando ainda que não viu “conflito de interesses” em virtude de ele prestar serviços a uma das empresas beneficiada – a Marechal – na operação de uma das bacias do sistema.

Os depoentes responderam às questões apresentadas pelos deputados Renato Andrade, presidente da comissão; Raimundo Ribeiro (PPS), relator; e Ricardo Valle (PT). Ribeiro lembrou ao depoente que ele estava contestando a alegação do próprio presidente da comissão de licitação, que declarou à CPI que o advogado Sacha Reck “mandava os textos com a decisões a serem adotadas apenas para serem reproduzidas no documento oficial do GDF”.

O ex-diretor do DFtrans Jair Tedeschi também defendeu o processo de renovação da frota de ônibus do DF e a escolha pelo modelo de sistema troncomodal, afirmando que é o mais utilizado em outras capitais. Lamentou, contudo, que antes de assumir o cargo no DFtrans perdeu para a Secretaria de Transportes a atribuição de fiscalizar a operação do sistema. “Foi como ficar sem um pé ou uma mão na gestão do sistema”, advertiu Vasquez.

Convocação
Durante as oitivas, o presidente da CPI anunciou que não vai mudar de convocação para convite a decisão dos colegas de ouvirem o atual secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, enfatizando que os “pagamentos absurdos” feitos por ele precisam ser esclarecidos. “Ele tem que vir aqui depor e não adianta pensar que somos bestas. Ele é mentiroso e não merece a minha confiança”, desabafou.

Na terça (15), Vazquez e o advogado Sacha Reck se tornaram réus por supostos crimes relacionados à licitação do sistema de transporte local iniciada em 2011. O juiz da 2ª Vara Criminal de Brasília recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) já havia determinado o cancelamento da licitação pelo GDF. Segundo a investigação criminal, os denunciados agiram em conluio criminoso para fraudar e frustrar o caráter competitivo da concorrência pública. (Com informações da CLDF)

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