Checklist: Polícia Civil conclui inquérito e indicia 18 pessoas
Materiais apreendidos não deixaram dúvida sobre a existência de uma organização criminosa formada por servidores corruptos, diz PCDF
atualizado
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A Polícia Civil concluiu o relatório da Operação Checklist e indiciou 18 pessoas que teriam envolvimento no esquema de pagamento de propina para servidores da Secretaria de Mobilidade liberarem ônibus de cooperativas sem a fiscalização adequada. A investigação é da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep), que também atua no caso, ainda vai oferecer a denúncia à Justiça.
Depoimentos dos presos e os materiais apreendidos não deixaram dúvida para os investigadores sobre a existência de uma organização criminosa formada por empresas e servidores corruptos. O esquema, segundo as apurações, estava “enraizado” na atividade de vistoria. Comprovantes de transferências bancárias e interceptações telefônicas também ajudaram a materializar as denúncias.
Os servidores Willian Ney Rosa da Silva, Carlos Pereira Rosa, Edson Sousa de Oliveira e Williams Fonseca da Cunha responderão por corrupção passiva e organização criminosa. No decorrer das investigações, os policiais encontraram indícios de que outras pessoas participavam do esquema criminoso, entre eles, funcionários da empresa de transporte Pioneira, como o Metrópoles já havia antecipado. São eles: Alexandre Alcides Neto, José Marley de Oliveira, Hugo Favacho da Rosa e Enver Conceição Cardoso Soares. Eles acabaram indiciados por corrupção ativa e organização criminosa.
Entenda
Os fiscais pediam propina para liberar o Selo de Vistoria, que autoriza os veículos rodarem. O documento indica que os ônibus estavam com pneus, óleo, freios, catracas e motor em boas condições. Durante a operação, foram apreendidas duas armas de fogo, um carro, R$ 10,7 mil em dinheiro e um cofre.
“Conforme se depreende dos relatórios acostados e das degravações feitas, não se tem mais dúvidas de que o caso é de uma articulada organização criminosa para a prática reiterada e habitual de delitos contra a administração pública”, explicou o promotor de Justiça Fábio Nascimento no dia da operação.
Um dos alvos, foi o ex-policial militar de Goiás Valdir Luiz de França, conhecido como Valdizão. De acordo com o delegado Robson Almeida, ele seria responsável por uma cooperativa e pagava propina para poder circular. Os servidores suspeitos são William Ney Rosa da Silva, Carlos Pereira Rosa, Edson Souza de Oliveira e Williams Fonseca da Cunha.
Outros alvos da primeira fase da operação foram o diretor da Coopertran, Marcus Vinicius Lobo, e o motorista Weber de Jesus. Da Cootransp, os acusados de participar do esquema são o encarregado de manutenção Marcos José Alves Pinto e os operadores Francisco Gomes e Marcos Teixeira.