Metrô volta a rodar com 75% dos trens, mas greve continua
Trabalhadores decidiram acatar determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que revisou os percentuais de circulação dos carros
atualizado
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Após cinco dias de paralisação total, o metrô voltará a circular, nesta quinta-feira (23/11), com 75% dos trens nos horários de pico. Em assembleia realizada na noite dessa quarta-feira (22), na Praça do Relógio, no centro de Taguatinga, o sindicato que representa os trabalhadores decidiu acatar determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10), que havia revisado liminar e fixado novos percentuais de circulação. A greve da categoria já dura 15 dias.
Com a nova determinação, 18 dos 24 veículos passarão a circular nos horários de maior fluxo de passageiros. Já nos outros horários, somente 30% dos carros estarão em operação, sendo cinco durante o dia e três veículos à noite. Apesar do número reduzido, todas as estações estarão abertas ao público nos horários de pico. Porém, a de Taguatinga Sul vai operar apenas para desembarque.
Nesta quinta, às 15h, haverá uma reunião entre servidores e o Metrô-DF para estabelecer como será o funcionamento das estações e a circulação de trens fora do horário de pico.
Nos sábados, o percentual de 75% de trens em funcionamento nos horários de pico corresponde a 15 veículos, e a atividade de 30% dos trens nos horários de “vale” diurno e noturno. Aos domingos e feriados, deverão circular também 30% dos trens que normalmente operam nesses dias, ou seja, oito veículos.São considerados horários de pico, em dias úteis: das 6h às 8h45 e das 16h45 às 19h30. Já os horários de “vale” diurno ocorrem das 8h45 às 16h45, e os de “vale” noturno, das 19h30 às 23h30. Aos sábados, os horários de pico são das 6h às 9h45 e das 17h às 19h15; os horários de “vale” diurno, das 9h15 às 17h; e os de “vale” noturno, das 19h15 às 23h30.
Responsabilidade compartilhada
Em sua decisão, o desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran, do TRT, reitera que a responsabilidade pela operacionalização do sistema, no período de greve, deve ser compartilhada entre a Companhia do Metropolitano e o Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF), sob pena de incidência de multa diária de R$ 100 mil.
O valor deverá ser pago por quem “por ação ou omissão, eventualmente obstar o cumprimento da medida judicial, seja não colocando os trabalhadores à disposição ou não observando os percentuais fixados na liminar, seja ainda impedindo a circulação de trens ou o acesso dos trabalhadores aos postos de serviço”.
Como a decisão é direcionada tanto à empresa quanto ao sindicato, até que os autos do dissídio coletivo de greve sejam enviados ao desembargador designado como relator para o caso, o presidente do TRT10 determinou a continuidade das diligências para verificar se as partes estão realizando práticas que impedem a adoção de medidas necessárias ao cumprimento da decisão liminar.
O Sindicato dos Metroviários se recusa a retomar a integralidade dos serviços enquanto o Executivo local não apresentar uma proposta. A categoria reivindica reajuste salarial e nomeação de mais 600 aprovados em concurso. O governo alega não ter recursos para conceder os pedidos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Companhia do Metropolitano informou que o funcionamento das estações depende da presença de pelo menos 18 pilotos, por questões de segurança. Sobre as convocações dos servidores, a estatal afirmou ter chamado 120 aprovados no concurso de 2014. Até maio, mais 125 tomarão posse.
Faixas exclusivas
Em função da greve dos metroviários, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) e o Departamento de Trânsito (Detran) informaram que as faixas exclusivas permanecerão liberadas para circulação dos motoristas até as 23h59 desta quinta-feira (23).