Após proposta de acordo, metroviários fazem assembleia neste sábado
Com intermediação da Justiça do Trabalho, Metrô-DF se comprometeu a pagar recomposição salarial, contratar servidores e alterar escala
atualizado
Compartilhar notícia
Em reunião realizada nesta sexta-feira (21/9) no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) e o Sindicato dos Metroviários chegaram a um acordo inicial sobre as reivindicações da categoria. O entendimento pode suspender a greve prevista para a próxima segunda (24), caso os trabalhadores aprovem a proposta negociada entre as partes. Para isso, uma assembleia será realizada neste sábado (22), às 11h, na estação de Águas Claras.
O acordo foi selado após determinação do TRT-10, constante de ata, para que a recomposição salarial de 8,4106% seja incorporada aos salários dos metroviários já no mês de setembro. O percentual é referente ao INPC do período compreendendo abril de 2014 a março de 2015, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho de 2015 e confirmado em sentença normativa do tribunal.
O percentual ainda não havia sido repassado aos trabalhadores. O não cumprimento da aplicação do reajuste por parte do Metrô-DF acarretará multa de R$ 100 mil por mês de atraso.
No acordo, o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Metrô-DF se comprometeram a enviar para a Câmara Legislativa, em até 10 dias, projeto de lei com proposta de alteração na Lei Orçamentária Anual 2018, para permitir a contratação dos últimos 16 concursados do certame de 2013.
A empresa afirma ter contratado 216 dos 232 candidatos aprovados. O Metrô ainda se comprometeu a apresentar, até 31 de outubro de 2018, proposta de estudo para futuras contratações de servidores já previstas no ACT 2015/2017, considerando a expansão do sistema, para que as partes possam prosseguir discutindo a questão do preenchimento dos empregos vagos.
Outro ponto acertado é que a empresa vai implementar, a partir de 15 de outubro, por um período experimental de 90 dias, a escala 3/2 para os empregados da área de segurança e de estação. Acordaram ainda que, até janeiro de 2019, a jornada de trabalho dos pilotos, a qual já é praticada pelos profissionais desde o ano de 2010, será formalizada por meio de alteração do contrato de trabalho.
Rodoviários
Já os rodoviários ainda não chegaram a um consenso com as empresas de ônibus. A paralisação está com início marcado para esta segunda (24/9).
Segundo o diretor do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, João Osório, as companhias repetiram a última proposta e se recusaram a retirar da pauta a possibilidade de terceirização de serviços.
“As empresas falam em terceirizar o setor de manutenção. Entretanto, uma vez admitida a terceirização, ela é irrestrita. Poderia ser empregada para substituição de motoristas e cobradores, inclusive. Esse é um grande temor que temos”, explica o dirigente sindical. Uma nova reunião está marcada para esta sexta-feira (21), a última antes do início da paralisação.
A categoria reivindica um reajuste de 7% sobre os salários, mas as empresas oferecem 2,71% desde o início das negociações. Além disso, conforme o sindicato, as companhias propõem terceirizar os serviços de manutenção da frota, portaria e dos profissionais que recebem dos cobradores as quantias arrecadadas. Outro ponto de discordância é a criação da jornada intermitente.
As viações Marechal, Pioneira e São José informaram que continuam as negociações e trabalham em busca de um entendimento comum com os rodoviários.