Tragédia na L4 Sul: acidente completa duas semanas sem solução
Após 14 dias da batida de carro que matou Ricardo Clemente Cayres e sua mãe, Cleuza Maria Cayres, família das vítimas ainda buscam respostas
atualizado
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Neste domingo (14/5), a tragédia no trânsito que causou a morte do designer Ricardo Clemente Cayres, 46 anos, e sua mãe, Cleuza Maria Cayres, 69, completa duas semanas. Mesmo após 14 dias de investigação, na qual foram colhidos os depoimentos de todos os envolvidos, o acidente segue sem respostas. Os suspeitos continuam em liberdade, enquanto parentes de mãe e filho clamam por Justiça. A família, ainda muito abalada e fragilizada pelo sentimento de impunidade, aguarda os resultados das apurações policiais.
As investigações em andamento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) procuram esclarecer a dinâmica do acidente, que teria ocorrido em decorrência de um racha disputado com a participação de ao menos dois carros — um terceiro é investigado. Indícios também apontam que os motoristas causadores da colisão estavam sob efeito de álcool.
A polícia ainda não finalizou o inquérito para tipificar quais crimes os envolvidos responderão. “Ainda faltam explicações. Mesmo com toda a dor, agora é o momento de sermos mais práticos. A morosidade incomoda, mas queremos uma solução definitiva. Que o processo corra com clareza e traga todas as respostas que estão desencontradas”, desabafou a mulher de Ricardo, a revisora Fabrícia de Oliveira Gouveia.
Relembre o caso
O acidente aconteceu na noite de 30 de abril, na avenida L4 Sul, próximo à Ponte das Garças. Ricardo e mais três pessoas voltavam de um churrasco em um condomínio no Jardim Botânico em um Ford Fiesta vermelho, que foi atingido por um Volkswagen Jetta conduzido por Eraldo José Cavalcante Pereira, de 34 anos.
Segundo testemunhas, o Jetta de Eraldo disputava um “racha” com um Chevrolet Cruze e uma Range Rover Evoque quando, ao trocar de faixa, atingiu o veículo onde Ricardo estava. Fabiana de Albuquerque Oliveira, 37, dirigia o Cruze e o sargento do Corpo de Bombeiros Noé Albuquerque Oliveira, 42, a Evoque. Os três envolvidos no pega voltavam de uma festa em uma lancha no Lago Paranoá.
Uma testemunha do acidente afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que os condutores do Jetta e da Evoque faziam manobras arriscadas na pista antes da batida.
Fuga
O Departamento de Estradas e Rodagens do DF (DER-DF) foi o responsável pelo atendimento da ocorrência. Antes mesmo da chegada do órgão no local da batida, um dos envolvidos, o advogado Eraldo José Cavalcante Pereira, já havia fugido.
Segundo um agente do DER que participou da operação, Fabiana apresentava hálito etílico, mas não tinha outros sinais de embriaguez. Ainda de acordo com servidores do DER e do Departamento de Trânsito (Detran-DF), ela se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Já Noé estaria com hálito etílico, olhos vermelhos e fala arrastada. Ele também teria se negado a fazer o teste do bafômetro, segundo o servidor do DER-DF. Ainda de acordo com o órgão, ele foi autuado com base no artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): quando a pessoa recusa-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool. A infração é gravíssima com multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além do recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo.
Há uma semana, o Corpo de Bombeiros abriu um processo disciplinar administrativo para apurar a conduta de Noé. “O encarregado designado para apuração terá 30 dias para a entrega dos trabalhos conclusos à Corregedoria do CBMDF. Podendo o militar sofrer sanções administrativas disciplinares, conforme o Regulamento Disciplinar do Exército, aplicado ao CBMDF”, informou a assessoria dos Bombeiros, por meio de nota oficial.
Confira aqui as principais dúvidas sobre o acidente.
Imagens da tragédia