Sabe onde estão os pardais que mais multam no DF? Confira o ranking
Campeão de flagrantes está no Eixão Sul, mas via que concentra maior número de “carrascos” é a EPNB
atualizado
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Eles são o terror dos motoristas apressadinhos. E não é para menos: algumas vias do Distrito Federal chegam a ter um pardal a cada 800 metros. Mesmo em grande quantidade, milhares de condutores insistem em desrespeitar o limite de velocidade das pistas.
Um único aparelho, no Eixão Sul, na altura da 115/116 (foto em destaque), multou um veículo a cada 15 minutos em 2017. Esse foi o “campeão” entre os 999 equipamentos de fiscalização que os departamentos de Trânsito (Detran-DF) e de Estradas de Rodagem (DER-DF) têm nas ruas, entre barreiras eletrônicas e pardais.
Com informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação (LAI), o Metrópoles identificou os 15 pardais que mais multaram motoristas ao longo do último ano. O ranking inclui aparatos do Detran e do DER.
Confira:
O campeão
O pardal do Km 8 do Eixão Sul, sentido aeroporto, na altura do Posto Itamaraty, é líder absoluto desde 2016. Somente no ano passado, fez 42.420 flagrantes de excesso de velocidade – o limite da via é 80km/h. O desempenho do radar levou os técnicos do DER a investigarem possíveis razões para a quantidade elevada de infrações registradas no local.
“Estudamos se havia algum problema relacionado à visibilidade ou à sinalização. Não encontramos nada. Acho que a única explicação é a pressa mesmo”, disse o superintendente de Trânsito do DER, Cristiano Cavalcante.
A via mais “perigosa”
Cinco dos 15 radares mais implacáveis estão na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). O líder de infrações fica no início da via, na altura da passarela do Núcleo Bandeirante, sentido Samambaia. Em 2017, foram 36.551 multas – o que garantiu ao pardal o segundo lugar no ranking geral. Exatamente no mesmo local, mas no fluxo contrário, está o quinto da lista, com 22.492 flagrantes.
Os outros três radares fixos estão distribuídos nos dois sentidos da rodovia que liga a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) aos núcleos urbanos de Riacho Fundo, Taguatinga e Samambaia. A via também é o principal elo do DF com Goiás, já que desemboca na BR-060.
Os cinco pardais da EPNB também são de responsabilidade do DER. Para o superintendente de Trânsito do órgão, o número de multas é resultado da quantidade de carros que passam pela pista. “São 100 mil veículos por dia. Além disso, nem todos são motoristas habituais. Muitos vieram ou estão a caminho da BR-060”, explicou.
O “Monumental”
No coração de Brasília, o Eixo Monumental é outro ponto onde ocorrem muitos flagrantes de desrespeito à velocidade da via. Dos campões de multa, quatro radares estão na pista que reúne os principais pontos turísticos da capital do país, como Catedral de Brasília, Esplanada dos Ministérios e Torre de TV.
O líder está na altura do Cruzeiro Velho, no sentido Rodoferroviária-Congresso. Também estão no ranking os pardais próximos à Catedral Rainha da Paz, ao Ministério da Defesa e ao Setor Hoteleiro Norte.
Os radares no Eixo Monumental são de responsabilidade do Detran. O Metrópoles entrou em contato com o órgão, mas a assessoria informou que não poderia responder aos questionamentos da reportagem por conta da paralisação dos servidores iniciada no último dia 13.
Taguatinga
Nas ruas de Taguatinga, há três dos 15 radares que mais “trabalham” no DF. O da Avenida Samdu Norte, na altura da QNB 7, é o líder, com 19.003 multas ao longo de 2017. Os outros dois estão no Pistão Norte, próximo ao Taguaparque, e na via de ligação de Taguatinga com Samambaia.
Mesmo com os congestionamentos constantes, Águas Claras não escapou da lista. O radar na Avenida das Castanheiras, próximo ao Parque Ecológico, ocupa o terceiro lugar do ranking geral. Foram 27.133 flagrantes. Quem completa a lista é o pardal da Estrada Parque das Nações (EPNA), próximo à Ponte do Bragueto.
Confira todos os pardais do ranking:
Arrecadação
Quem lucra com tantos apressadinhos dirigindo pelas ruas do DF é o governo. Em 2017, o Detran-DF atingiu inéditos R$ 474 milhões em arrecadação, sendo R$ 130,9 milhões oriundos de multas. O recolhimento do DER não ficou muito atrás: R$ 102,6 milhões só com infrações cometidas pelos condutores.
Quem for pego ultrapassando o limite das vias sob responsabilidade do DER pode desembolsar de R$ 130,16 a R$ 880,41. Já as penalidades aplicadas pelo Detran partem de R$ 88,38 e podem custar até R$ 293,47 aos condutores.
“Cultura da velocidade”
Para o especialista em Segurança no Trânsito e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques, Brasília foi pensada para que os veículos trafegassem em velocidades mais altas do que em outras cidades, por suas vias largas e sem entroncamentos. “Nós percebemos que, aqui, existe uma cultura da velocidade. A cidade é um convite a correr”, explicou.
Para Marques, além de punir com multas, é necessário conscientizar os motoristas dos riscos assumidos ao conduzir acima da velocidade estabelecida para a via.
“As multas são importantes, mas, como podemos ver com os números, é necessário atuar em outras frentes. E elas são a conscientização e a sensibilização. O motorista precisa entender que a velocidade acima da estabelecida pode significar a vida ou a morte dele em caso de acidente”, disse.