Pegas são afronta à população, diz Detran

Os rachas no Shopping Popular acontecem há pelo menos um mês. Para dificultar a fiscalização, os pegas ocorrem de forma itinerante, em diferentes regiões do Distrito Federal. Os “racheiros” aliam o consumo de bebida alcoólica à direção e andam em alta velocidade a quatro quilômetros da sede do Poder Executivo local. Mesmo assim, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) garante que o estacionamento está no radar dos fiscais.

A grande incidência de rachas fez com que o órgão iniciasse um trabalho investigativo para tentar coibir a prática. Agentes à paisana com viaturas descaracterizadas ajudam a localizar, nos eventos, os organizadores e identificam os infratores.

Por mais que a viatura não fique fixa no local, estamos monitorando e autuando os que desrespeitam as leis de trânsito. Muitas vezes montamos barreiras ao longo do circuito ou, até mesmo, próximo à casa do infrator.

Silvain Fonseca, diretor de Fiscalização do detran

Os monitoramentos são feitos também por meio das redes sociais. As vias que têm mais incidência de infrações são o Eixo Monumental e a EPTG. “Trabalhamos em conjunto com a Polícia Militar e o Departamento de Estradas de Rodagens do DF (DER) para fortalecer a fiscalização”, completa Fonseca.

Punição
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o condutor ou promotor de corrida em via pública pode pegar de seis meses a três anos de detenção. Eles ainda estão sujeitos à multa de R$ 1.915,40 e à suspensão do direito de dirigir por até dois anos. Caso o motorista esteja dirigindo embriagado, receberá outra multa, no valor de R$ 1.915,30. E, segundo a Lei Seca, ainda poderá responder criminalmente.

O diretor considera o fato de as corridas serem organizadas em frente a uma unidade do Detran uma afronta não só ao departamento, mas à comunidade. “Quem participa dos rachas coloca em risco não só a própria vida, mas a do próximo”, ressalta.

Poucas autuações
Em 2014, 11 condutores foram autuados após serem flagrados praticando rachas. De janeiro a junho deste ano, nove infrações foram registradas. A modificação na lataria e motor dos veículos também já foi alvo do Detran. No lugar onde a reportagem flagrou as irregularidades, os agentes apreenderam, em uma noite, 25 carros “fuçados”.

Na última grande operação do Detran, que ocorreu há três meses, 100 veículos foram retirados das ruas. “Geralmente, esses carros também participam de rachas, e fazem manobras perigosas, mas não podemos qualificá-los como flagrantes, uma vez que autuamos enquanto estavam parados”, justificou Fonseca. Os principais itens adulterados são: suspensão, iluminação, som e vidros.

Imagens: Daniel Ferreira, Gabriel Pereira e Michael Melo