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PRF flagra rachas na BR-060, entre Brasília e Goiânia

Motociclistas marcam as corridas por grupos fechados de WhatsApp. Confira flagrantes registrados em vídeos pela Polícia Rodoviária Federal

atualizado

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
PRF
1 de 1 PRF - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O suposto racha que matou mãe e filho no último domingo (30/4) na L4 Sul é uma infração que extrapola as fronteiras do Distrito Federal. A BR-060, uma das rodovias mais utilizadas pelos brasilienses, virou uma pista de “pegas”. Quase que diariamente, os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagram motoristas em velocidades que chegam a passar de 200 km/h, muito acima do limite de 80km/h.

Apontado o radar para a estrada, os policiais rodoviários vêm flagrando um show de irregularidades e abuso de velocidade, conforme vídeos aos quais o Metrópoles teve acesso. No dia 16 de abril deste ano, por exemplo, a PRF filmou uma moto a 206km/h na rodovia que dá acesso não só a capital de Goiás, Goiânia, mas a cidades turísticas como Pirenópolis e Caldas Novas.

De acordo com o chefe de Policiamento da PRF, Hugo Franco, existem grupos organizados que marcam rachas pelo WhatsApp, principalmente no trecho entre Brasília e Goiânia.  “Identificamos motociclistas, por exemplo, que usam a estrada para fazer pegas. Boa parte deles é do DF”, diz Hugo Franco.

Segundo os agentes, entre todas as rodovias federais que cortam o DF, a 060 é a preferida dos motoristas que apostam as corridas. Para conter os abusos, a PRF monta operações sistemáticas em dois pontos diferentes da via. Um deles com um radar portátil que mede a velocidade dos veículos. No outro, mais à frente, ocorre a abordagem aos infratores.

Veja vídeo com os flagrantes de abuso de velocidade registrados pela PRF:

 

Morte sobre rodas
Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, a PRF registrou 1.288 casos de excesso de velocidade na BR-060. Em todo o ano passado, foram 5.846 ocorrências.

Em 17 de janeiro, um motociclista perdeu a vida naquela pista, no perímetro urbano de Acreúna (GO), após disputar um racha e bater na traseira de uma carreta. Com o choque, o rapaz de 21 anos não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O outro participante do “pega” não foi identificado. O condutor da carreta prestou informações à PRF e foi submetido ao bafômetro: ele não estava alcoolizado.

Já nas pistas do DF, somente neste ano, o Departamento de Trânsito (Detran) registrou 489 infrações por disputa, competição ou exibição em vias públicas, que incluem os chamados rachas ou “pegas”. Apesar do número alto, o diretor-geral do órgão, Silvain Fonseca, considera que medidas adotadas pelas forças de segurança têm coibido a ação de infratores.

“Fazemos operações diariamente, utilizando viaturas descaracterizadas e informações da inteligência. Dessa maneira, conseguimos, por exemplo, flagrar um grupo que costumava apostar corrida próximo à antiga Rodoferroviária e outro que usava as ruas da Quadra 105 do Sudoeste”, disse Fonseca.

Em setembro de 2015, o Metrópoles mostrou como os rachas ocorrem perto da Rodoferroviária. Os motoristas, turbinados com cerveja, uísque, vodca e catuaba, fazem aposta de corrida no local. O ronco dos motores e o som alto dos carros são ouvidos de longe.

Infração gravíssima
Segundo o Código Brasileiro de Trânsito, promover corridas ilegais, participar de rachas ou realizar manobras perigosas é considerado infração gravíssima. A multa, nesses casos, é multiplicada por 10, alcançando R$ 2.934. Em caso de reincidência, a quantia dobra, passando a R$ 5.868. O motorista ainda tem suspenso o direito de dirigir e o carro é recolhido.

O Código também determina que quem participar de corridas ilegais em vias públicas responderá na esfera criminal. É prevista pena de seis meses a três anos de detenção, além de multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir.

Em casos de lesões corporais causadas em decorrência de corridas ilegais, rachas ou manobras perigosas, a pena de detenção sobe para três a seis anos. Caso ocorram mortes, os participantes podem ficar reclusos de cinco a 10 anos.

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