Prisões em flagrante por embriaguez ao volante aumentam 46,2% este ano
Fiscalização intensifica ações e ainda há quem insista em dirigir após consumir bebidas alcoólicas. Maio foi o mês com maior índice de detenções: 254
atualizado
Compartilhar notícia
Não adiantaram as campanhas educativas, não adiantou aumentar o valor da multa. O único recurso do brasiliense para combater os bêbados que insistem em pegar o volante é a fiscalização dos agentes de segurança.
O número de motoristas presos por dirigir sob influência de álcool no Distrito Federal aumentou 46,2% este ano. Dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) apontam que, de janeiro a novembro de 2014, 1.291 pessoas foram presas. Este ano, no mesmo período, o número saltou para 1.888.
Ainda de acordo com o Detran, o mês que apresentou o maior índice de prisões foi maio, com 254 detidos. A lei não permite nenhum índice de álcool para quem está dirigindo. Se o motorista for detectado com mais de 0,34 mg/l de ar expelido, pode responder criminalmente.Ação no fim de semana
No domingo (6/12), a Fiscalização de Trânsito do Detran, com o apoio da Polícia Militar, realizou nova operação. Durante a blitz, os agentes autuaram 10 condutores que dirigiam após terem ingerido álcool.
O pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) em políticas públicas de transporte Artur Morais explica que o aumento das prisões está diretamente relacionado à intensificação das fiscalizações.
“Acredito que o número de pessoas que bebem e dirigem continua o mesmo porque o brasileiro já se habituou a descumprir as leis de trânsito e não só com relação a bebida. Basta dar uma volta no centro de Brasília para ver a quantidade de carros estacionados de forma irregular”, disse. “É preciso insistir nas campanhas educativas e aplicar a lei de forma efetiva”, concluiu.
Lei Seca
O número de autuações da Lei Seca no Distrito Federal este ano já é maior do que o registrado em todo o ano passado. São 10.300 registros até 20 de setembro, contra 10.119 registrados em 2014. Para o Detran, o número é resultado do aumento da fiscalização. Mas também reflete a ausência de punições mais severas e imediatas para quem insiste em beber e dirigir.
Seria mais efetivo se a gente pudesse apreender os carros dos infratores logo após a autuação, por exemplo
Silvain Fonseca, diretor de Fiscalização do Detran
Por isso ele reconhece que, apesar de campanhas educativas e do fortalecimento na fiscalização, os registros de infrações continuam em alta.
Mortes
A Lei Seca completou, em 2015, sete anos em vigor. Segundo o Detran, desde então reduziu em 20,8% o número de mortes no trânsito. Na primeira versão, estabelecia que o motorista que cometesse a infração receberia multa se fosse flagrado no bafômetro com mais de 0,1 mg/l de ar, e incorreria em crime se o bafômetro apontasse mais de 0,34 g/l de ar.
Uma mudança na legislação em 2012 tornou o texto mais rigoroso. Qualquer quantidade de álcool no organismo passou a significar multa. A concentração de álcool que caracteriza crime continua sendo 0,34 mg/l de ar. O valor da multa aumentou para R$ 1.915,40, que é dobrado se o motorista for reincidente.