Mortes de motociclistas preocupam autoridades
Em menos de uma semana, foram registrados quatro acidentes fatais. Em 2015, o Detran-DF contabilizou 85 óbitos em acidentes de trânsito envolvendo motos
atualizado
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As mortes de quatro motociclistas em acidentes de trânsito em menos de uma semana no Distrito Federal acenderam o sinal de alerta de autoridades e especialistas. Nos dois primeiros meses do ano (último dado disponível), 12 condutores de motos perderam a vida nas vias da capital do país. Em todo o ano passado, o número de motociclistas mortos chegou a 85. No sábado (9/4), Marcio Luis Janjar, 34 anos, morreu após bater a moto que conduzia, uma Suzuki de 1.250cc, em um outro veículo na DF-180, em Samambaia.
Na última terça-feira (5), na Estrada Parque Contorno (EPCT), Felipe Antônio Silva Zahr, 25 anos, veio a óbito após se envolver um um acidente com um automóvel. No mesmo dia, em condições parecidas, Rondineli Lucas da Silva, 28, perdeu a vida na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Já na quarta (6), Dayane Costa Oliveira, de 18 anos, que estava grávida, morreu depois que o pneu da moto onde trafegava com o marido estourou, na BR-251. O bebê que ela carregava também não sobreviveu e o esposo sofreu ferimentos leves.De acordo com o diretor de Policiamento e Fiscalização do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), Silvain Fonseca, a principal causa de acidentes é a imprudência, tanto de quem trafega em motos quanto dos motoristas de carros: “É um conjunto de fatores. Os motociclistas costumam andar nos corredores das vias em horas indevidas, além de não manter a distância apropriada dos veículos. Muitos motoristas, por sua vez, têm andado desatentos ao trânsito, usando celulares, e acabam provocando acidentes”.
Silvain explica que veículos irregulares e motoristas não-habilitados contribuem para o problema: “Nos últimos 30 dias, nós apreendemos cerca de 1,7 mil motos em situação irregular. Só em duas operações em um único dia foram 55. Além disso, temos nos deparado frequentemente com motociclistas alcoolizados, o que facilita a ocorrência de fatalidades”. O diretor de policiamento do Detran aponta que, durante as blitzen, quatro em cada 10 condutores de motocicletas não estão em condições de trafegar pelas vias da capital.
Frota
O doutor em estudos em transportes e especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques da Silva esclarece que o crescimento do número de acidentes com morte envolvendo motociclistas está relacionado também com o aumento da frota desses veículos nas ruas do DF. A frota brasiliense conta com 187.022 motocicletas, o que equivale a 11,4% do total de veículos circulando no DF.
Ele comenta ainda que esses condutores estão expostos a um risco muito maior: “Eles não possuem a proteção de uma carcaça como nos automóveis e pilotam uma estrutura mais instável. Temos algumas evidências de que os motociclistas se arriscam mais, costurando outros carros e praticando manobras ousadas”.
Para que esses acidentes sejam evitados, o Detran ressalta a necessidade das pessoas recorrerem aos conceitos da direção defensiva. Cuidados simples, como usar os equipamentos de segurança, trafegar com o farol aceso e se posicionar de forma visível para os motoristas de carros contribuem para a segurança no trânsito. Apesar de serem medidas fáceis, elas podem evitar o aumento das estatísticas.