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Homenagem a motociclista morto vira protesto contra celular ao volante

Amigos e familiares de Antônio Eduardo Mendes, morto no domingo em um acidente de trânsito, se manifestam na despedida do amigo. Motorista do carro que atropelou o servidor negou que estivesse enviando mensagem

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1 de 1 protesto, motociclista, acidente - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Familiares, amigos e motociclistas prestam uma última homenagem a Antônio Eduardo Mendes, 52 anos, que morreu no domingo (22/5) em um acidente de trânsito no Setor Sudoeste. Um cortejo acompanhado por cerca de 400 motociclistas saiu do Setor de Oficinas Sul (SOF), na manhã desta terça (24), e escoltou o caixão com o corpo do servidor até o cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, onde será velado na capela 6. O enterro está marcado para as 15h30. A homenagem foi transformada em um grande protesto contra o uso de celular ao volante. Este ano, 19.938 brasilienses foram multados por essa infração.

Mendes morreu depois que um Hyundai iX35, conduzido por uma mulher, bateu na moto dele e em outra. As vítimas reduziam a velocidade para passarem em um quebra-molas, na entrada do Sudoeste que fica no Eixo Monumental, quando foram atingidas.

A condutora do carro fez o teste do bafômetro e, segundo a polícia, não apresentava sinais de embriaguez. Testemunhas que estavam no local afirmaram que a condutora do carro estava no celular, mandando mensagens, no momento do acidente. Ela, entretanto, negou essa versão. Por isso, no cortejo, os motociclistas protestaram contra as pequenas distrações no trânsito, principalmente contra motoristas que teclam no celular enquanto dirigem.

Dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) mostram que a cada 10 minutos uma pessoa é multada por usar o celular enquanto dirige. Em 2015, 49.907 brasilienses foram multados pelo uso ilegal dos smartphones, contra 50.028 em 2014.

Na capela, a tristeza misturava-se à indignação da perda. “Há um sentimento de revolta, pois a pessoa que atropelou meu tio estava usando o celular no momento do acidente e ainda tentou fugir do local, atropelando ele. Queremos que os motoristas parem de teclar enquanto dirigem, pois isso só levará a mais mortes”, desabafou Daniel Rodrigues, 34 anos, sobrinho de Eduardo.

Após o sepultamento, os motociclistas seguirão para o Eixo Monumental, onde farão manifestações contra o uso de celular por motoristas e também exigindo punição para a causadora do acidente. Depois irão se reunir na Torre de TV, para um evento tradicional de motoclubes, que ocorre semanalmente no local.

O acidente
Mendes caiu da Harley Davidson que conduzia e foi atropelado pelo carro. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tentaram reanimá-lo por 50 minutos, mas o servidor não resistiu. A outra motociclista recebeu os primeiros atendimentos no local e foi levada para o Hospital de Base com alguns ferimentos, mas consciente.

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Cortejo reuniu mais de 400 motociclistas

 

Treinado
De acordo com os amigos, Mendes era um motociclista extremamente preocupado com a segurança dos companheiros. Ocupava o cargo de Road Captain no HOG Brasilia Chapter, grupo oficial de proprietários de Harley Davidson do Distrito Federal. Os Road Captains são treinados para garantir a segurança do comboio em passeios e viagens e passam por diversos cursos de pilotagem defensiva e primeiros socorros, entre outros. No domingo, o grupo voltava de uma viagem a Goiânia (GO).

“Ele era capitão de estrada. A pessoa responsável por estudar técnicas de segurança. Vivia aconselhando os demais sobre equipamentos e técnicas para evitar acidentes”, conta Nonita Leite, 54 anos, amiga da vítima há 20 anos. Entre os amigos, Antônio era conhecido pelo perfil conciliador e um exemplo para os demais. “Ele era brincalhão, mas dava também muitos ensinamentos para nós”, relembrou.

Dudu, como era conhecido, estava prestes a se aposentar e, segundo amigos, iria se dedicar exclusivamente ao clube que pertencia. Ele deixou um filho, de 25 anos.

 

 

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