GDF tapa 4,6 mil buracos nas ruas, mas ainda faltam 3,6 mil
Governo cadastra falhas no asfalto das cidades. Segundo balanço parcial, São Sebastião, Samambaia e Vicente Pires apresentam mais problemas
atualizado
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Levantamento do Governo do Distrito Federal (GDF) identificou 8.248 buracos pelas ruas do DF. Desse total, 3.609 estavam abertos até 6 de fevereiro de 2020, ameaçando pneus e a segurança dos motoristas. Por outro lado, 4.639 foram tapados neste ano.
O balanço obtido pelo Metrópoles é dinâmico e está em permanente fase de construção: servidores fazem o registro em um aplicativo de controle e os locais passam por reparo.
As cidades com o maior número de buracos abertos cadastrados são São Sebastião, Samambaia, Vicente Pires, Lago Norte e Plano Piloto. Nessas localidades, houve maior engajamento dos servidores para o mapeamento.
Gama, Plano Piloto, Samambaia, Paranoá, Guará e Lago Norte são as cidades com mais registros de buracos fechados. Ao longo de 2019, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) desembolsou R$ 11,2 milhões em operações tapa-buracos. Ainda no ano passado, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) produziu 14,5 mil metros cúbicos de massa asfáltica.
Nas rodas
O presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo do DF (Sindmaap-DF), Marcelo Chaves, sentiu nas rodas o problema da buraqueira pelo DF. Em janeiro, ele dirigia pelo Setor Militar Urbano (SMU) para acessar a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) e caiu em uma cratera na pista. Dois pneus estouraram. Após chamar o guincho, desembolsou R$ 200.
“O asfalto do DF nunca prestou. O problema é pior em Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. As cidades mais periféricas costumam ser esquecidas”, critica. Do ponto de vista de Chaves, a buraqueira pela cidade aumenta os custos de quem trabalha no trânsito. “Mas toda a população é penalizada”, ressaltou.
Abaixo-assinado
A população do Setor Bernardo Sayão cobra há meses solução para a buraqueira nas pistas da região. “Quando os buracos são tapados, uma semana depois, eles se abrem de novo”, reclama o atendente David Alves. Com as chuvas, o problema piora, pois as fendas no asfalto aumentam e ficam camufladas.
“Toda hora o pessoal cai no buraco aí. Estraga pneu, roda…”, conta. A confusão é diária. Para Alves, faltam soluções definitivas. “A população já reclamou bastante. Já fez até abaixo-assinado”, pontuou.
Buraco Zero
O sistema de cadastramento das fendas no asfalto faz parte do Programa Buraco Zero, gerido pela Secretaria de Governo. A ideia é identificar rapidamente as falhas nas pistas e mobilizar servidores para fechá-las dentro do menor prazo possível. Para 2020, a iniciativa conta com o orçamento de R$ 16 milhões.
Segundo o assessor da Secretaria de Governo, Giderclay Zeballos, o aplicativo não custou um centavo sequer para os cofres públicos. Atualmente, o governo capacita servidores não apenas para o engajamento nos cadastros mas também para estabelecer um padrão de qualidade nas operações tapa-buracos.
Lâmpadas, postes e bocas de lobo
O Buraco Zero é um programa-piloto. Em médio e longo prazo, o governo planeja incluir o mapeamento de outros serviços, como notificação de lâmpadas quebradas, postes danificados, bocas de lobo entupidas e podas de árvores. Outra possibilidade é abrir o sistema para que a própria população faça denúncias e alertas.
Ao final de 2019, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou premiações para os administradores regionais que tiverem melhores desempenhos em tapar buracos pelas cidades. As regiões com melhores colocações ganharão obras e ações específicas para benefício da população.