EPTG: motoristas furam bloqueios com 2.400 cones nas faixas exclusivas
Segundo o DER, quem entra no corredor de transporte não pode retornar às outras faixas durante o percurso, entre o SIA e Taguatinga
atualizado
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Em dois dias de funcionamento, a operação para inversão da faixa exclusiva da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) ainda apresenta algumas falhas. O Metrópoles acompanhou nesta terça-feira (19/3) o fluxo de carros, ônibus, passageiros, pedestres e ciclistas no local. De acordo com quem passa por ele, há problemas tanto na logística do novo sistema quanto no uso.
Na manhã desta terça, o trânsito fluiu bem, mas com alguns pontos de retenção. Para isolar as vias exclusivas das demais, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) colocou 2.400 cones. No entanto, nem todos os condutores estão respeitando o bloqueio. A infração é considerada grave, com registro de cinco pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 195,23.
As faixas exclusivas da EPTG estão funcionando em esquema especial desde a segunda-feira (18). Nos horários de pico, o corredor no sentido de menor fluxo de veículos fica isolado para os ônibus trafegarem na mão invertida. Já a outra via exclusiva fica liberada para todos os automóveis – das 6h às 9h (Taguatinga–Plano Piloto) e das 17h30 às 19h45 (Plano Piloto–Taguatinga).
Segundo o DER, quem opta por entrar na faixa especial não pode deixá-la até o fim do trajeto, entre Taguatinga e o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). No entanto, o órgão de trânsito identificou que alguns condutores estão furando o bloqueio em direção às outras faixas. Entretanto, órgão afirma que os infratores ainda não estão sendo autuados. Por enquanto, a via está funcionando em “caráter educativo”. “Foram registradas algumas infrações com maior repercussão no trânsito, mas a prioridade no momento é apenas de orientação.”
O governo acredita ter atingido plenamente o objetivo da mudança, com uma diminuição de aproximadamente 30 minutos no percurso dos ônibus. Mas também entende que ainda será necessário realizar alguns ajustes para melhorar a operação na via.
Reclamações
Na parada do canteiro central da EPTG, próximo à Residência Oficial de Águas Claras, alguns usuários reclamam das mudanças. “Não avaliamos diminuição de tempo no deslocamento. O que se ganha ao longo da via, perde-se quando o trânsito afunila na altura do Setor de Indústria e Abastecimento, com o fim da faixa reversa para os coletivos”, disse a comerciante Patrícia Raquel Pereira de Farias, 32 anos.
Ela e a amiga Luzilane Moura, 29, pegam ônibus todos os dias da semana na altura de Vicente Pires para ir à faculdade localizada na L2 Sul. “Para a gente, não melhorou. A parada está mais distante das nossas casas e aumentou o nosso trajeto de caminhada. Além disso, temos que enfrentar essas passarelas que não oferecem segurança alguma. Estão sujas e sem iluminação. Há muitas garrafas de vidro quebradas no chão e mau cheiro”, desabafou Luzilane.
Sobre as passarelas, o órgão informou que iniciou a revitalização de 56 passagens para pedestres situadas nas rodovias distritais, entre as quais as da EPTG estão incluídas.
“Sobre a iluminação, as passarelas aéreas são abertas (não do tipo túnel). Portanto, não necessitam de lâmpadas internas e são iluminadas pelos postes da via. Já na única passagem subterrânea que temos na EPTG, que carece de luz interna, será vistoriada e repostos os pontos de iluminação”, respondeu o DER por meio de nota.
Ciclistas
Outro problema identificado pelos usuários até o momento é o percurso das ciclovias que passam por dentro das paradas de ônibus no canteiro central da EPTG. “É um risco tanto para nós, ciclistas, como para os passageiros que estão aguardando o coletivo. Na pressa, se um não perceber a presença do outro, pode ocorrer um acidente”, disse o servidor público Pedro Camargo, 37. Ele mora em Águas Claras e faz o trajeto até a Esplanada dos Ministérios, de bicicleta, de segunda a sexta-feira.
Em resposta ao Metrópoles, o DER disse que também analisa essa situação. “Vamos prever solução para tratar o caso.”
Por sua vez, o vigilante Charles Silva de Almeida, 52, não vê problemas na operação. “É necessário atenção e prudência. Aprovei a mudança. Acredito sim que o tempo de viagem, tanto para os carros de passeio como para os ônibus, vai melhorar consideravelmente e, se as pessoas se programarem, ninguém chega mais atrasado no trabalho”, avaliou.