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Em época de chuva, buracos em vias do DF se multiplicam e acarretam prejuízo para os motoristas

Demanda por troca de pneus e outras peças em decorrência das crateras aumenta até 30% no período. Recorrer à Justiça não é garantia de reaver o dinheiro gasto nas oficinas. Novacap afirma que recuperação de vias é constante durante todo o ano

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
motorista buraco
1 de 1 motorista buraco - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

No período de chuvas, dirigir pode se tornar um transtorno a mais para os brasilienses. Além dos alagamentos e das quedas de árvores comuns no período, a quantidade — e a profundidade — dos buracos que se abrem no asfalto tem dado prejuízo aos motoristas. São casos de pneus rasgados, rodas empenadas e problemas na suspensão dos veículos.

Clarice Rocha de Sousa, de 47 anos, trabalha como vendedora em uma loja de pneus no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Ela conta que, no período de chuvas, a demanda chega a aumentar até 30% por conta das crateras na cidade. “A água enche os buracos, as pessoas não os veem e estouram o pneu. Isso acontece com muita frequência”, afirma. “Nessa época, a gente recebe uma média de quatro carros por dia com problemas em decorrência desses problemas nas pistas”.

Leonardo Arruda/Especial Metrópoles
*Leonardo Arruda/Especial Metrópoles**

Os estragos às vezes são maiores. “Não são só os pneus. Também aparece muita gente com problema na suspensão do carro ou com as rodas empenadas”, explica o borracheiro José Ivan, de 40 anos.

Segundo funcionários de oficinas do DF, a região da qual os condutores mais reclamam é Vicente Pires. “Aqui, chegamos a vender até 50% a mais que no período de seca, principalmente para o pessoal que vem de lá”, relata Jânio Gonçalves, 22 anos, vendedor de outra loja especializada em pneus.

Prejuízo
O empresário Rodrigo Borges (foto principal), de 28 anos, mora no Recanto das Emas e tem um salão de beleza na quadra 307 da região, local onde a reportagem encontrou três grandes buracos em um pequeno trecho.

Na última semana, uma das rodas do carro de Borges ficou empenada. Ele conta que caiu em uma cratera logo após uma lombada, na Avenida Potiguar. “Reduzi a velocidade para passar no quebra-molas. A água da chuva cobriu o buraco, só percebi quando já era tarde. Agora, o prejuízo é de, pelo menos, R$ 100”, disse.

“O Distrito Federal está um caos. Temos que decorar onde estão as erosões, desviar dos buracos e, consequentemente, dos carros. É muito arriscado, fora o dinheiro que temos que desembolsar”, completa.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Buraco no Setor de Indústrias Bernardo Sayão, na saída de Águas Claras *Rafaela Felicciano/Metrópoles**

 

Consumidor desamparado
O secretário-geral do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), Walter Moura, explica que ainda não há na legislação brasiliense uma lei que garanta a indenização dos condutores por parte do governo. “Há casos em que a pessoa ganha e outros em que não recebe nada”, afirma.

“Quando a rodovia é concessionada (com pedágios), a Justiça costuma dar indenização para quem estraga rodas, pneus, suspensão e direção dos carros. Mas com relação às vias públicas não concessionadas, ainda não há uma decisão”, esclarece Moura. “O certo seria pagarem, já que a população contribui com impostos altíssimos e, muitas vezes, não tem culpa de ter estragado o carro. A pessoa pode entrar na Justiça, mas deve saber que nem sempre vai ganhar”, completa.

Esclarecimentos
Em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) informou que a recuperação de vias é constante durante todo o ano, e que o custo mensal da Operação Tapa Buraco é de R$ 6 milhões. O órgão ressaltou, no entanto, que a demanda aumenta em épocas de chuva por conta da facilidade com que os buracos apareceram nas pistas.

Está em execução o programa de asfaltamento nas vias do DF, fase II, iniciado em maio de 2015, com a realização de serviços de fresagem, recapeamento asfáltico, tapa buraco, microrevestimento, reciclagem, drenagem e sinalização horizontal em 177 quilômetros de vias em diversos locais no DF

Novacap, em nota

Segundo a companhia, há ainda uma licitação em curso para a contratação de empresa que preste do serviços de recapeamento — no entanto, o certame se encontra momentaneamente suspenso, a pedido do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).

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