Grileiros lucram até R$ 4 mi com venda de lotes perto do Lago Norte
Terrenos são vendidos por aproximadamente R$ 170 mil cada, o que representa faturamento de quase R$ 4 milhões aos criminosos
atualizado
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A venda irregular de terras tem sido um negócio lucrativo no Distrito Federal. Aos poucos, um condomínio de luxo é erguido em área nobre da capital do país. Localizados próximos ao Villa Giardini, os 23 lotes são vendidos a um preço aproximado de R$ 170 mil cada, o que representa um faturamento estimado em quase R$ 4 milhões aos corretores clandestinos.
Os terrenos têm cerca de 400 metros quadrados e estão anunciados livremente na internet e com faixas no local. Como não é um lote escriturado, o comprador leva de garantia uma cessão de direitos – que é a transmissão dos direitos sobre a propriedade para uma outra pessoa. De acordo com um dos vendedores, identificado apenas como Frederico, duas casas já foram construídas no local. Veja galeria de fotos:
“É um risco para o comprador, mas Brasília inteira é assim”, afirmou Frederico. “A maioria de Brasília era chácara, que depois foi fracionada e vendida”, justifica o vendedor quando questionado sobre a venda.
No site de vendas, o lote é descrito como tendo “excelente localização” e “a 10 minutos da Terceira Ponte”. Os corretores alertam para o fato de não aceitarem financiamento, mas em compensação aceitam veículos como troca.
Apesar de os vendedores ilegais anunciarem como terreno no Lago Norte, o local fica no Núcleo Rural do Tamanduá, que pertence ao Paranoá. A administração regional informou, em nota, estar ciente do fato e que adotou todos os procedimentos que o caso requer, inclusive o encaminhamento para o órgão responsável por essa área, a Secretaria DF Legal.
A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) confirmou que o terreno é de propriedade da Terracap. “Diante da denúncia de grilagem, a área de fiscalização da empresa irá realizar vistoria no local. Constatada ocupação irregular ou indício parcelamento irregular do solo, a Terracap vai adotar providencias de praxe, bem como acionar os préstimos da DF Legal.”
A Secretaria DF Legal acrescentou que ainda não havia sido notificada sobre uma nova invasão no local. “Diante das informações enviadas pela reportagem, a pasta enviará uma equipe de auditores fiscais ao local para verificar a possível irregularidade.”