Criação de parque no Distrito Federal é “interessante”, diz Wet’n Wild
Dono de importantes atrações pelo Brasil, conglomerado já havia tentado se instalar no DF, na década de 1990
atualizado
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A Wet’n Wild se manifestou, nesta sexta-feira (8/2), sobre a proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) de trazer o conglomerado para a capital federal. De acordo com nota do grupo, dono de 18 atrações de grande porte no país, o mercado local é “interessante”, mas alerta que o projeto iniciado na década de 1990 precisa ser atualizado, para somente depois continuar as conversas.
Após os brasilienses se empolgarem com a possibilidade da construção de um parque temático da Disney no Distrito Federal e a enfática negativa do grupo sobre interesse no negócio “no momento”, o governador, Ibaneis Rocha (MDB), reuniu-se nessa quinta (7) com o presidente do Wet’n Wild no Brasil, Alain Baldacci.
Ao Metrópoles, Ibaneis classificou como “excelente” a primeira reunião com o executivo. “Tanto ele como eu estamos muito animados. Mas serão necessários muitos encontros e ajustes para gerar interesse”, disse o governador.
Baldacci é presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas. Fazem parte do grupo 18 empreendimentos de grande porte no país, como o Playcenter (SP), o Beach Park (CE), a Pousada do Rio Quente (GO), o Beto Carreiro World (SC) e o Parque da Mônica (SP), além do Wet’n Wild.
Após a reunião, o chefe do Executivo local determinou a criação de um grupo de trabalho para que seja criada uma área de interesse turístico em espaço de 1,1 mil hectares em Sobradinho. O planejamento é para que os empreendimentos instalados no local sejam beneficiados com regime de incentivo fiscal.
Os responsáveis pela empreitada serão os secretários: de Fazenda, André Clemente; de Projetos Especiais, Everardo Gueiros; de Turismo, Vanessa Mendonça; e de Cultura, Adão Cândido.
Como a área destinada é grande, outros projetos podem atuar no local. Segundo a comunicação do GDF, há outros mais interessados, mas não foram revelados quais são.
Histórico
Não é a primeira vez que o Wet’n Wild tenta se instalar no Distrito Federal. Há mais de duas décadas, empresários tentam recuperar os prejuízos de uma parceria frustrada com o GDF. O acordo era para a construção de um complexo aquático de grife internacional em uma área nobre de Brasília, mas as obras foram interrompidas nas primeiras escavações.
Em 1996, o consórcio Wet’n Wild Brasília venceu a concorrência da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) pelo direito de uso do terreno próximo ao ParkShopping. O complexo aquático poderia explorar o espaço por 30 anos, prorrogáveis pelo mesmo período.
A previsão era receber 700 mil visitantes por ano. Caberia ao consórcio responsável pelo complexo aquático destinar 5% do faturamento bruto do parque à Terracap – sendo a taxa mínima mensal de R$ 15 mil.
As obras para a construção do complexo aquático começaram, mas foram rapidamente interrompidas. Ao escavar o terreno para a instalação das piscinas, os empreiteiros se depararam com dutos da rede de águas pluviais.
Após negativas do GDF sobre mover os canais da região, mesmo se tratando de uma concessão pública, os empresários pediram a rescisão do contrato, a devolução do valor investido e a indenização do lucro cessante (montante que teria sido recebido caso a parceria tivesse sido bem-sucedida). Com o fracasso da empreitada no DF, o Wet’n Wild abriu parque no interior de São Paulo.
“Por essas razões, o projeto foi descontinuado. Sobre o interesse de retomar este projeto, o Wet’n Wild esclarece que teriam que ser atualizados os estudos, mas que a princípio considera o mercado do DF interessante”, disse o empreendimento em nota.
Vitória parcial no TJDFT
No Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), os magistrados reconheceram a responsabilidade do GDF na rescisão do contrato e determinaram o pagamento dos danos emergentes, ou seja, os valores investidos para o início do empreendimento.
No entanto, o pedido de ressarcimento do lucro que o consórcio deixou de receber por causa da suspensão da parceria foi negado. De acordo com a Corte, o pleito não poderia ser atendido porque o parque aquático não entrou em operação.
A ação, então, seguiu para o STJ, onde aguarda resposta de um recurso especial.
Confira imagens do parque aquático paulista: