Detran “vigia” alunos em aula prática e flagra 2 mil irregularidades
Candidatos a motoristas dormindo e cursos reduzidos foram alguns dos problemas identificados pelo sistema de monitoramento
atualizado
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Aulas reduzidas e até alunos dormindo durante o curso. Essas são algumas das duas mil irregularidades flagradas pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran) desde que foi implementado o Sistema de Biometria e Monitoramento de Aulas Práticas nos 172 Centros de Formação de Condutores (CFCs) que funcionam no Distrito Federal.
A quantidade de ocorrências registradas representa uma média de 285 irregularidades por mês ou nove registros diários desde 1º de maio, quando o sistema entrou em vigor. De acordo com a Diretoria de Controle de Veículos e Condutores do Detran, também foram identificadas autoescolas que operavam apenas para captar novos candidatos, sem se preocupar com a formação deles. Algumas faziam o registro dos alunos, mas as aulas eram ministradas por outros estabelecimentos.
Até agora, 31.258 candidatos que abriram processos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) já foram “vigiados” pelo sistema. O monitoramento das aulas práticas de direção veicular é feito por meio da biometria (verificação de digitais), captura de imagens e controle do trajeto percorrido pelos veículos por GPS.
“Identificamos o candidato e o instrutor no início da aula, quando o sistema registra fotos e colhe as digitais de ambos e depois, de uma central instalada no Detran, nossos servidores acompanham em tempo real toda a movimentação das autoescolas”, explica o diretor-geral do Detran-DF, Jayme Amorim.
O objetivo do sistema é oferecer mais segurança ao candidato, garantir que ele tenha as 25 aulas obrigatórias, evitar fraudes no processo e proporcionar melhor desempenho ao novo condutor.
A exigência atende a uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que já vem sendo cumprida em outros estados. O propósito de um processo mais rigoroso é a responsabilidade e a comprovação do cumprimento de carga horária exigida
Jayme Amorim
Segurança
Segundo o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Veículos Automotores do Distrito Federal (Sindauto-DF), o novo sistema veio para garantir segurança e transparência ao processo. De acordo com Francisco Joaquim Loiola, que preside a entidade, como está em funcionamento há apenas sete meses, ainda faltam ajustes e melhorias no sistema.
Ele conta que neste período os CFCs também estão se beneficiando do sistema: “Já identificamos algumas irregularidades, como um aluno dormindo no banco do passageiro durante a aula e enviamos processos administrativos para que o Detran pudesse investigar”.
De acordo com ele, o monitoramento em tempo real dá mais segurança aos alunos, instrutores e autoescolas. “As pessoas que ainda pensam em burlar o sistema serão punidas”, argumenta.