Transexual denuncia agressão na Rodoviária do Plano Piloto
A professora Natalha do Nascimento afirma ter sido agredida por funcionário da pastelaria Viçosa. Conselho Distrital investiga o caso
atualizado
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O Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do DF investiga uma denúncia de agressão feita pela professora Natalha Silva do Nascimento, de 33 anos. Transexual, a mulher afirma ter sido vítima de espancamento por um funcionário da pastelaria Viçosa, na Rodoviária do Plano Piloto, no dia 26 de abril.
A professora afirma que passava pelo local todos os dias às 5h da manhã para ir ao trabalho e sempre ouvia piadas ofensivas. “As brincadeiras começaram discretamente, mas com o tempo o tom de voz foi aumentando e eles ficaram mais dissimulados. Pensei que com o tempo se cansariam, mas não foi o que aconteceu”, conta.
Segundo Natalha, nesse momento o funcionário da lanchonete a agrediu com um soco, que a derrubou no chão. O agressor teria então puxado os cabelos da vítima e continuado a atingi-la com socos e chutes, principalmente na cabeça. A jovem afirma que o espancamento só teve fim depois que três moradores de rua intervieram.
Ainda de acordo com a professora, o gerente da lanchonete teria ameaçado lhe dar um soco, mas foi impedido por um dos homens que a ajudaram. Ela afirma que, após as agressões, ficou com as roupas rasgadas. “É uma sensação fora do seu controle, parece que todo mundo sabe. Não consegui comer, só queria dormir”, relatou ao Metrópoles.
Ocorrência
Dois dias após a suposta agressão, Nathalha registrou ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia (região central do Plano Piloto). Nesta quarta-feira (31/5), ela também acionou o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do DF para responsabilizar os culpados. Ela pretende ainda procurar a Defensoria Pública do DF para obter aconselhamento.
Em nota publicada nas redes sociais, a pastelaria Viçosa afirma que “repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e preconceito”, e que o funcionário envolvido no caso “já não faz parte do quadro de colaboradores da Viçosa”.
“Fiquei pensando: Por que não posso ir à Rodoviária? Ele prometeu me matar, será que vai mesmo? Foi então que decidi registrar a ocorrência”, explica.
A reportagem acionou a Polícia Civil do DF e a Secretaria de Direitos Humanos do DF — responsável pelo conselho —, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.