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Tragédia anunciada: suspeito já tinha ameaçado mulher

O namorado de Camila de Oliveira havia avisado que mataria a mulher com “pedradas na cabeça”. O caso foi o sexto feminicídio do ano

atualizado

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Camila de Oliveira, vítima de feminicídio
1 de 1 Camila de Oliveira, vítima de feminicídio - Foto: null

O principal suspeito de ter assassinado Camila de Oliveira, 33 anos, havia ameaçado a vítima antes de cometer o crime. O corpo da mulher foi localizado na manhã de terça-feira (04/03), em um matagal do Recanto das Emas. Ela apresentava um corte na cabeça.

De acordo com o delegado-chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), Pablo Aguiar, um casal relatou à PCDF que a vítima sofreu ameaça de morte do suspeito. Entretanto, Camila não registrou ocorrência para se proteger do namorado.

“Informaram ter encontrado com ela por volta das 3h da madrugada e que ela comentou que iria vê-lo. Apuramos que ele disse, em outra ocasião, que a mataria com pedradas na cabeça”, explicou Aguiar.

Após o relato, agentes da 27ª DP estiveram na residência do suspeito e identificaram sangue em uma jaqueta que ele usava. “Com a ameaça, as informações fornecidas por testemunhas e vestígios na roupa, pedimos a prisão em flagrante do autor”, finalizou o delegado.

O autor, que já estava cumprindo pena em regime domiciliar, foi autuado em flagrante por feminicídio. Caso seja condenado, pode pegar até 30 anos de prisão.

O relacionamento do casal havia começado há pouco tempo. Camila deixa duas filhas, uma de três meses e outra de 17 anos.

Quinto feminicídio em 2020

O assassinato de Camila foi o sexto feminicídio registrado em 2020. Em janeiro, duas mulheres foram mortas em menos de 24 horas, em Samambaia. Já o primeiro feminicídio do ano foi registrado em Candangolândia. E no caso de uma mãe que matou a filha, em Vicente Pires, o crime ocorreu em fevereiro, mas a denúncia aconteceu em março.

A diarista Larissa Francisco Maciel, 23 anos, foi a primeira vítima do ano. Há época, a mulher estava em um posto de gasolina onde ocorria uma festa na Candangolândia. Na noite de segunda-feira (06/01/2020), ela deixou o local acompanhada de um homem e, horas depois, o corpo da jovem foi achado no altar de uma igreja evangélica. A vítima estava nua, havia sido enforcada e queimada.

Larissa morava com a mãe na QR 2 da Candangolândia, mesmo endereço da Igreja Evangélica Tenda da Libertação, onde o cadáver foi encontrado. As duas trabalhavam como diaristas.

No dia 14 de janeiro, Leonardo Pereira, 31, matou a companheira Gabrielly Miranda, 18, com um tiro. Leonardo confessou o crime e disse à polícia que ambos estavam brincando de “roleta-russa”. Na versão dele, a vítima teria apontado a arma contra a perna e acionado o gatilho. Em seguida, ele pegou o revólver, mirou na cabeça da jovem e disparou. Gabrielly morreu na hora.

Na delegacia, o homem mudou a versão que havia informado inicialmente. Em depoimento ao delegado adjunto da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), Eduardo Escanhoela, Leonardo alegou ter saído para beber com a namorada e depois retornou para casa, na QR 425. Nessa oitiva, ele não entrou em detalhes sobre como ocorreu o disparo que matou a jovem.

Esfaqueada na cozinha de casa

Ainda em 14 de janeiro, Rute Paulina da Silva, de 42 anos, foi morta pelo companheiro. O corpo dela foi encontrado na casa do pai, na Quadra 321 de Samambaia Sul, com a marca de uma facada no pescoço. Ela deixou dois filhos – de 7 e 2 anos. Um deles chegou a dizer que viu o pai esfaqueando a vítima.

Vizinhos contaram que ela teria sido esfaqueada e saiu de casa correndo pedindo socorro, mas caiu no chão e ficou agonizando até morrer. A mulher tem dois filhos, um de sete e um de dois anos. Um dele chegou a dizer que viu o pai esfaqueando a vítima.

Já no dia 21 de janeiro, Fátima Lisboa, 31 anos, foi encontrada morta em um apartamento do Núcleo Bandeirante. Testemunhas contaram que a vítima estava em processo de separação. O atual companheiro, Atevaldo Sobral Santos, foi encontrado morto no Riacho Fundo. Suspeito do crime, ele teria se enforcado, por volta das 19h de segunda-feira (20/01/2020), mesmo dia do crime.

A mulher estava caída ao lado da mesa de jantar da copa. Amigos entraram no apartamento ao ficarem preocupados, pois Fátima não atendia as ligações telefônicas nem abria a porta da residência de segunda para terça-feira.

Já o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Laryssa Yasmim Pires de Moraes, de 21 anos, pelo assassinato a facadas da própria filha, Júlia Felix de Moraes, de apenas 2 anos, no dia 13 de fevereiro. No entendimento da 3ª Promotoria de Justiça Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras, a mãe cometeu um homicídio quadruplamente qualificado.

Além de motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, o MPDFT entendeu que foi empregado meio cruel e em contexto de violência doméstica e familiar, o que caracteriza feminicídio. Laryssa está presa preventivamente desde 14 de fevereiro. A denúncia aconteceu no dia 2 de março.

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