Toque da discórdia: moradores da Asa Norte reclamam de sino em igreja a cada 30 minutos
São 9 badaladas por dia no total, mas entre 20h e 22h os toques ocorrem a cada meia hora. Santuário diz estar disposto a diminuir o ritmo
atualizado
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A quantidade de vezes que o sino do Santuário São Francisco de Assis, na 915 da Asa Norte, toca tem incomodado moradores da região. O instrumento badala nove vezes por dia, incluindo cinco vezes em um intervalo de duas horas à noite. Os vizinhos reclamam do barulho.
A novidade começou há pouco menos de um mês. Conforme conta o publicitário Paulo Aragão, 25 anos, tem sido difícil conseguir manter a concentração no trabalho. “Eu ainda estou no home office e percebi a diferença. Parece que o barulho todo ecoa na minha casa. Antes era no meio do dia e, depois, no fim da tarde; agora a impressão é de que acontece toda hora”, reclama.
Incomodado, ele chegou a ir no último fim de semana ao templo. “Tentei entender o que estava acontecendo. Até imaginei que fosse algo para a comemoração do dia de São Francisco, mas me informaram que a intenção é fazer isso sempre, a partir de agora”, relata.
O síndico do prédio que fica em frente ao santuário, José Rangel, 53, comenta que tem ouvido diversas reclamações dos moradores. “O barulho é bem alto. Mesmo eu que moro virado para o outro lado, dá para ouvir”, diz.
Ele pontua que o prédio tem pessoas que ainda trabalham de casa, além de alguns aposentados. Dessa forma, ouvir tantas batidas do sino durante o dia pode se tornar algo incômodo. “Entre nós e a igreja tem só um canteiro todo aberto. O som vem todo para os apartamentos”, assinala.
Confira vídeos do barulho
Procurado, o santuário informou, por meio da assessoria do frei João Benedito Ferreira de Araújo, responsável pelo local, que a medida já vinha sendo pensada há algum tempo, mas só pôde ser implementada recentemente por causa da pandemia.
Segundo a igreja, até então, o sino tocava apenas às 12h e às 18h. A partir do último mês, no entanto, os badalos passaram a ser nos seguintes horários: 8h, 12h, 15h, 18h, 20h, 20h30, 21h, 21h30, 22h.
A justificativa é que passaram a ser adotadas as horas canônicas como parâmetro. O toque é o sinal dos momentos que, de acordo com a crença, determinadas orações são feitas.
O que também mudou foi a duração. Até então, eram cinco minutos, agora a badalada dura um minuto nas horas cheias e, nas horas quebradas, é dado, conforme explicou a igreja, apenas um toque.
O santuário disse ainda que está disposto a discutir com a vizinhança a possibilidade de diminuir a frequência.
A reclamação foi enviada pelo Instagram do Metrópoles. Qualquer denúncia também pode ser repassada via mensagem direta.