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TJDFT decreta prisão preventiva de mãe que matou a própria filha

De acordo com a decisão, Laryssa Yasmim Pires de Moraes ficará na carceragem por tempo indeterminado

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1 de 1 WhatsApp-Image-2020-02-14-at-14.09.11 - Foto: Reprodução

Laryssa Yasmim Pires de Morares (foto em destaque), 21 anos, assassina confessa da própria filha – uma criança de dois anos e 2 meses –, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (14/02/2020). A juíza Flávia Pinheiro Brandão Oliveira considerou que o modo de operação da mulher no crime denota sua “periculosidade social”.

Na sentença, a magistrada narrou a sequência de ações de Laryssa na madrugada dessa quinta-feira (13/02/2020) e lembrou que “a segregação cautelar da autuada faz-se necessária para a garantia da ordem pública, dada a extrema gravidade dos fatos que lhe são imputados”.

Para Flávia Pinheiro, há prova da materialidade dos fatos e indícios suficientes de autoria da acusada. A juíza pontuou ainda que, mesmo Laryssa sendo ré primária – inclusive com residência fixa e trabalho lícito –, os outros elementos acerca do caso recomendam “a prisão cautelar”.

Confira a íntegra.

O caso

O crime ocorreu na madrugada dessa quinta-feira (13/02/2020), na Chácara 148 da Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires, e ganhou repercussão nacional. Em depoimento na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), Laryssa narrou detalhes de como executou, a facadas, a própria filha. Segundo a jovem, o crime ocorreu na cozinha da quitinete de apenas três cômodos onde vivia com o pai da criança.

A assassina contou que, após ter acordado por volta de 5h30, colocou sobre a pia um colchão de berço e levou a filha até a bancada. “Tentou, primeiro, dar uma facada, mas não deu certo. A bebê começou a chorar. Foi aí que ela tentou sufocar com a mão, fechou os olhos e acertou outras duas vezes”, descreve o delegado Josué Ribeiro, chefe da 12ª DP.

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Laryssa e Giuvan com a pequena Júlia no Zoológico
Giuvan Félix, pai da criança assassinada em Vicente Pires
Laryssa era muito ativa nas redes sociais. Em uma das postagens, destacou um post com a frase: "A primeira obrigação de um bom pai é respeitar a mãe de seus filhos"
Corpo da vítima sendo levado pelo IML
Polícia Civil no local onde ocorreu o crime, na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires
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Laryssa com a filha, Júlia, no colo

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Laryssa e Giuvan com a pequena Júlia no Zoológico

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Giuvan Félix, pai da criança assassinada em Vicente Pires

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Laryssa era muito ativa nas redes sociais. Em uma das postagens, destacou um post com a frase: "A primeira obrigação de um bom pai é respeitar a mãe de seus filhos"

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Corpo da vítima sendo levado pelo IML

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Polícia Civil no local onde ocorreu o crime, na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires

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Polícia Civil no local do crime

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O caso está sendo investigado por policiais da 12ª Delegacia de Polícia

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A mãe da criança foi presa suspeita de ser autora do crime

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Perícia foi feita no apartamento onde a menina foi assassinada

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PCDF ficou responsável pela investigação do caso

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Após tirar a vida da criança, Laryssa foi ao quarto onde o pai de Júlia dormia e tentou acertá-lo. Ex-companheiro da assassina confessa, Giuvan Félix teria acordado assustado e, na tentativa de desarmar a mulher, acabou se ferindo no rosto.

Depois de tomar a faca de Laryssa, ele se deparou com a filha ensanguentada e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Enquanto Giuvan estava no telefone, ela guardou a faca e escondeu na área de serviço o colchão, que encontramos após voltarmos à casa”, ressalta o delegado.

Laryssa confessou, ao ser presa em flagrante, que havia matado a criança. Em depoimento na 12ª DP, mudou a versão e passou a acusar o pai da vítima. No entanto, a polícia diz que Giuvan não teve participação no crime. E acredita que o jovem possa ter sido dopado pela mãe de Júlia.

Presa em flagrante, Laryssa vai responder por homicídio duplamente qualificado e lesão corporal. Caso condenada, a mulher pode pegar de 12 a 30 anos de pena.

Em depoimento à PCDF, Giuvan informou sobre uma suposta tentativa de Laryssa de matar a filha afogada em uma banheira. Em sua defesa, a mãe da menina disse que apenas havia saído do banheiro e deixado Júlia sozinha. Quando voltou, a garotinha estava se afogando.

O corpo de Julinha, como a menina era tratada, foi enterrado nesta sexta-feira (14/02/2020) em Padre Bernardo (GO), município goiano no Entorno do Distrito Federal. Durante o sepultamento, a mãe de Laryssa de Moraes pediu perdão em nome da filha.

“Gostaria que vocês não julgassem as pessoas. Só Deus tem o direito de julgar e condenar. Eu estou sofrendo muito. Ela vai pagar pelo que fez”, destacou a merendeira Luciana Pires da Silva, 37. “É um pedido de uma mãe”, acrescentou a mulher, que chorou copiosamente abraçada a um ursinho de Júlia.

Muito abatido, Giuvan Félix chorou bastante durante o cortejo e não deu uma palavra. Permaneceu ao lado do jazigo, parecendo estar em choque. A família do recepcionista não se conforma com a barbárie. “Não foi por falta de aviso. Ela (Laryssa) tentou matar Júlia afogada em uma banheira e inventou uma desculpa que foi um acidente. Desde então, o Giuvan pediu a guarda da menina”, lembrou Elves Rodrigues de Oliveira, 30, tio paterno da menina. O episódio teria ocorrido há seis meses.

“Ele estava lutando pela guarda. Amava muito a minha sobrinha e dava para ela o que ele tinha e o que não tinha”, frisou Elves, muito abalado. Ele diz que os esforços agora são para dar todo o apoio para Giuvan, que foi inocentado. “Temos que consolar e ver como ele fica. Não é fácil para um pai perder uma filha desse jeito. Ainda mais que ele presenciou tudo”, ressaltou.

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Igor, irmão de Giuvan e tio de Júlia
Elves Rodrigues, irmão de Giuvan, disse que Laryssa tentou afogar a criança anteriormente
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Giuvan, pai de Júlia

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Igor, irmão de Giuvan e tio de Júlia

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Elves Rodrigues, irmão de Giuvan, disse que Laryssa tentou afogar a criança anteriormente

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