Tio do churros precisa de ajuda para cuidar do filho com câncer
Pais de alunos de escola da Octogonal organizam vaquinha virtual para ajudar a dar melhores condições à família do menino de 4 anos, que tem um tumor raro. Campanha pretende arrecadar R$ 50 mil, valor que Juraildo só conseguiria com a venda de 13 mil doces
atualizado
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Pipoca, churros, pastel… Essas gostosuras estão na memória afetiva de quem já foi à escola e fazem parte da saborosa rotina dos que ainda estudam. A história de vida dos ambulantes que vendem esses pequenos prazeres do dia a dia, às vezes, não é tão doce quanto parece. Atenciosa, a mãe de um aluno que frequenta um colégio particular na Octogonal reservou um tempinho para ouvir o tio do churros e descobriu que ele enfrenta um momento muito amargo. Juraildo da Rocha luta para cuidar do filho de 4 anos, diagnosticado com um câncer raro.
Comovida, Renara Araújo conheceu o barraco de madeira em que o baiano vive com a criança, na Estrutural, e, diante da situação precária que encontrou, decidiu criar uma vaquinha na internet para ajudar quem sempre adoçou as manhãs e as tardes dos estudantes do Ciman. Diagnosticado em 2015 com um câncer raro, rabdomiossarcoma alveolar, o pequeno Ruan Silva Rocha ainda precisa enfrentar mais sete sessões de quimioterapia e um tratamento de radioterapia que deve durar cerca de 38 dias.
Para acompanhar o filho em todos esses procedimentos, o vendedor de churros, muitas vezes, precisou trocar o expediente no estacionamento do colégio pelos corredores do Hospital da Criança. O orçamento da casa ficou comprometido. O carro comprado antes de receber o diagnóstico da criança está com as prestações atrasadas. E as faturas dos cartões de crédito se acumulam a cada mês. “Não teria coragem de pedir ajuda. O que os pais da escola estão fazendo por mim e pelo Ruan pode mudar as nossas vidas”, desabafa Juraildo.
Com o dinheiro da venda dos churros, o ambulante fez algumas melhorias no lote em que vive. Hoje, ele não paga o aluguel, mas mora de favor. “Não temos muita condição. E sei que aqui não tem as melhores instalações para o meu filho que está com a imunidade baixa”, explica. A mãe do menino não vive com eles. Ruan e Juraildo dividem a casa humilde com dois sobrinhos do vendedor. Criada no último sábado (9/4), a rede de contribuições, até a última atualização desta matéria, já tinha arrecadado R$ 8 mil. A meta é atingir R$ 50 mil.
Na busca para ajudar o tio do churros, duas contadoras de histórias da cidade, Célia Curto e Nyedja Gennari, resolveram fazer uma apresentação no auditório do Colégio Ciman. Toda a renda angariada com a venda de ingressos será destinada ao Juraildo. “Todo mundo o adora. Ele é um cara muito bacana. A comunidade se empenhou e encontramos essa forma de colaborar”, aponta Célia. A contação de histórias com músicas está prevista para ocorrer em 14 de maio.
Mesmo sem poder frequentar a escola, shoppings ou cinemas, Ruan não deixa de esconder o sorriso. “Meu filho é um menino muito forte, moça, mas não tem sido fácil para a gente. Tenho e preciso esconder o meu choro”, lamenta Juraildo. Quem sabe, em maio, Ruan possa, pela primeira vez, ver um espetáculo infantil inspirado na vida de quem tanto lutou por ele.Vamos ajudar o Juraildo e o Ruan? A vaquinha vai até 9 de julho: www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-para-o-ruan-filho-do-juraildo-tio-do-churros