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“Tinha que salvar meu filho”, diz mãe de menino baleado por policial

Paula Caxias contou neste domingo (8/1) detalhes do que ocorreu no dia em que o policial civil do DF atirou contra carro da família

atualizado

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menino baleado
1 de 1 menino baleado - Foto: Reprodução

Paula Caxias, mãe do menino baleado na sexta-feira (6/1) pelo policial civil do DF Sílvio Rosa, na BR-070, quebrou o silêncio e contou os detalhes do que ocorreu naquele dia em que seu filho, de apenas seis anos, foi atingido. “Quando ouvi o barulho dos tiros, pedi que ele tirasse o cinto e se escondesse atrás do meu banco. Mas aí ele caiu com as costas cheias de sangue, roxo e gelado”, desabafou a mulher.

Ela acompanha o filho internado com uma bala alojada provavelmente no coração, no Hospital Santa Helena, na Asa Norte. O garoto está em coma induzido, mas respondendo a estímulos.

Durante entrevista coletiva neste domingo (8), Paula explicou que ela, o marido e o filho estavam em um carro atrás do veículo ocupado pelo policial. Segundo Paula, em determinado momento, Sílvio teria começado a brecar o carro, como provocação. “Parece que ele queria que a gente batesse nele”, explicou.

Preocupada, ela pediu ao marido que ultrapassasse o policial assim que possível: “Depois que ultrapassamos, ele emparelhou na contramão e ficou lado a lado conosco. Mas não conseguiu passar porque vinha um carro no outro sentido. Então, ficou colado na nossa traseira, como se fosse bater”.

A mãe ressaltou que nessa hora falou para o marido acelerar. “Comecei a ouvir tiros…. muitos tiros”, disse, emocionada, precisando ser amparada pela equipe do hospital que a acompanhou durante toda a entrevista. Após o filho ser atingido, o casal parou o carro para ver como estava a criança. Desesperado, o pai se ajoelhou ao lado da criança. “Você matou meu filho”, gritavam os dois ao policial civil, que fugiu.

Paula, então, tomou o menino nos braços e pensou que ele estivesse morto. Mas percebeu que a criança tentava abrir o olho e começou a massageá-la no peito. “Foi quando eu vi que meu filho estava vivo”, conta. A criança teria dito que estava com sono, que não enxergava a mãe. “Eu tinha que salvar ele, tirar ele dali”, lembrou.

Imediatamente, pediu ao marido que os levasse para um hospital: “Não olha para trás. Tu dirige o máximo que tu der conta… eu tenho que achar alguém para salvar meu filho”.

Estímulos
Uma das tias do garoto contou ao Metrópoles que a criança conseguiu urinar sem o uso de sondas e que os médicos estão diminuindo gradativamente as doses dos remédios.

“Ele está respondendo aos nossos estímulos. Movimentou a perna depois que o pai pediu para ele fazer isso”, destacou Alzirene Rosa. Segundo a família, a criança está sedada e não há previsão de quando será submetida a uma nova cirurgia.

Na madrugada de sábado (7), o garoto passou por um procedimento para retirar o projétil que estava alojado em seu coração. De acordo com os pais da criança, mesmo após seis horas de operação, os cirurgiões não conseguiram retirar a bala e há dúvidas sobre o local onde o projétil está.

O menino permanecerá em observação pelas próximas 48 horas. Durante esse período, ele continuará fazendo exames.

BR-070
A criança foi baleada na BR-070, na altura de Águas Lindas (GO), Entorno do DF, na manhã de sexta (6). Autor do crime, o agente policial de custódia Sílvio Rosa, foi preso após fugir do local. O agente fez três disparos contra o carro da família durante uma ultrapassagem no trânsito.

O servidor tem um histórico de violência e chegou a ser demitido da Polícia Civil por tentativa de fraude em aposentadoria, mas acabou reintegrado ao órgão. O agente está preso em Goiânia (GO).

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