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Tia de Shirlene alertou sobre perigo: “Não desçam lá sozinhas”

Uma semana antes de mãe e filha desaparecerem no córrego, parente foi ao local e constatou riscos da região

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Enterro de pessoas em caixão com cartazes de protestos em cemitério
1 de 1 Enterro de pessoas em caixão com cartazes de protestos em cemitério - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

Familiares alertaram Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, de 14, sobre os riscos do córrego onde elas sumiram em 9 de dezembro. Uma semana antes, parentes pediram para que as duas não frequentassem o local. Os corpos da mãe, grávida de 4 meses, e da filha adolescente foram encontrados na região 11 dias após o desaparecimento. A princípio, ambas foram esfaqueadas, mas a autoria do crime é um mistério.

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
Enterro foi marcado por tristeza e revolta
Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado
Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento
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Mãe e filha foram mortas a facadas

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento

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Enterro foi marcado por tristeza e revolta

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Amigos e familiares se despediram das duas na tarde deste sábado

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Cartazes com pedidos de justiça foram exibidos durante o sepultamento

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Mãe e filha viviam com a família em uma casa no Sol Nascente, situada nos arredores do córrego. O local despertava medo no coração da tia de Shirlene, a auxiliar de escritório Nalva Ferreira da Silva, 50 anos. Uma semana antes do desaparecimento, ela esteve na região com as vítimas. Após constatar o perigo, pediu para as parentes não voltarem mais ao lugar.

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“Eu estive lá com elas. Elas insistiram. Eu não queria ir. Mas imploraram tanto. Meu coração pedia para não ir. De tanta insistência, eu fui. Cheguei nesse córrego, fiquei olhando, tomei banho e disse: vamos sair daqui o mais rápido possível. Pedi para Shirlene e Tauane nunca mais pisarem lá sozinhas. Eu não desço mais. Pedi para elas não descerem mais lá. Eu pedi em nome do nosso Senhor Jesus, não quero que desçam mais. Mas aí desceram”, relatou a auxiliar de escritório.

Nalva participou do enterro de Shirlene e Tauane, na tarde do sábado (25/12), Natal, no Cemitério de Taguatinga. Durante a despedida, familiares e amigos cobraram celeridade da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na elucidação do crime.

“Meu coração está muito triste, magoado. Eu quero justiça, que isso não fique impune. Quero que peguem a pessoa responsável por isso. Quero que ele apodreça na cadeia”, desabafou.

“Sem elas, o Natal foi uma tristeza”, desabafa tia de Shirlene

“Sem elas, o Natal foi uma tristeza”, lamentou Nalva. “Estamos muito abaladas. Não tem clima para nada. Eu estou vendo minha sobrinha na minha frente, sorrindo. Ela gostava de sorrir. Eu fazia ela sorrir”, disse. Segundo a auxiliar de escritório, a sobrinha era uma pessoa muito alegre e prestativa. “Eu amo a Shirlene. Era educada e gostava de ajudar todo mundo. E Tauane era uma menina calma”, resumiu.

No Cemitério de Taguatinga, amigos e familiares se despediram das duas, inconsoláveis. Com cartazes, pediam “justiça na terra, porque a do céu não falhará”.

Caixões fechados

Não houve velório devido ao avançado estado de decomposição em que os corpos foram encontrados. Segundo a irmã de Shirlene, Shirlei Vieira da Silva, 39, a família tinha esperança de encontrar as duas vivas.

Essa pessoa não teve misericórdia nem de uma criança“, disse Shirlei, aos prantos. A autoria do crime ainda é desconhecida.

O pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41, marido e pai das vítimas, despediu-se da esposa grávida de 4 meses e da filha adolescente. “Que vão em paz! Que Deus guarde elas!”, disse.

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 Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses
A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher
Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram
Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia
No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas
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Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses

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A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher

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Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram

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Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia

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No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas

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O quarto dia de buscas foi marcado pela informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas

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Devido ao clima chuvoso e ao difícil acesso ao local, as buscas precisaram ser interrompidas por diversas vezes

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Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene

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Após oito dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF

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Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas

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Em 20 de dezembro, 11 dias após o desaparecimento, a PCDF encontrou os corpos das vítimas, cobertos por folhas, às margens do córrego

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A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho

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À época, a PCDF cogitou a possibilidade de que Shirlene e a filha poderiam ter sido vítimas de latrocínio, já que a mochila que elas levavam não foi encontrada

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Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF

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De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A corporação realizou perícia nos corpos e na área

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Investigação

A Polícia Civil do Distrito Federal continua a investigação para descobrir quem matou Shirlene e Tauane. As duas foram dadas como desaparecidas em 9 de dezembro. Familiares das vítimas viveram 11 dias de angústia, até que os corpos foram encontrados parcialmente enterrados e cobertos por folhas, no Córrego da Coruja.

O Instituto Médico Legal (IML) analisa vestígios de DNA nas unhas e roupas que possam levar à identificação do autor do crime bárbaro. Por enquanto, a PCDF descarta crime sexual, uma vez que as duas estavam vestidas.

“O laudo sai em 10 dias. Por enquanto, a única coisa que temos é que a causa da morte foi por objeto perfurocortante, facada. A mãe [levou a facada] na região torácica, e a filha no pescoço”, revelou Gustavo Augusto da Silva Araújo, delegado-chefe adjunto da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte – Ceilândia).

Os agentes trabalham com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal evidência é que a mochila com os pertences que as duas levavam para o córrego não foi encontrada.

Outra evidência importante para os policiais é uma camiseta cinza encontrada perto de onde os corpos estavam, e que não pertence a nenhuma das vítimas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF.

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