Testemunha diz que mulher matou companheiro a facadas por motivo fútil
A jovem afirmou à polícia que agiu em legítima defesa, após ser agredida, mas uma pessoa prestou depoimento desmentindo a versão
atualizado
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A mulher de 25 anos que matou Renan de Araújo Ferreira, 33, nessa terça-feira (16/2), pode ter agido por motivo fútil, segundo depoimento de testemunha ouvida pela 19ª Delegacia de Polícia (P Norte), em Ceilândia. A jovem inicialmente afirmou à polícia que estava se defendendo de agressões de Renan, que era companheiro da autora. Ele foi esfaqueado diversas vezes
“Uma testemunha esclareceu a dinâmica dos fatos. Ao que parece, foi uma discussão normal, de casal. Mas não podemos tirar nenhuma conclusão. Mais testemunhas serão ouvidas amanhã”, contou o delegado-chefe da 19ª DP, Gustavo Araújo.
Renan Ferreira foi socorrido ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Passou por cirurgia, mas não resistiu e acabou falecendo. No hospital, policiais constaram que o homem estava “muito embriagado”. A jovem foi conduzida à 19ª DP.
Mulher descreveu agressões
A mulher, cujo nome não foi divulgado, era casada com Renan havia quatro anos. O casal teve dois filhos, uma garota de 3 anos e um bebê de apenas um mês.
A jovem disse que chegou a se separar do companheiro, mas ele não aceitava o fim do relacionamento e os dois seguiram morando na mesma casa. Ela contou que já sofreu violência física e moral, mas nunca registrou ocorrência contra ele e não havia medidas protetivas vigentes.
Aos policiais, a jovem descreveu o companheiro como um homem agressivo e impulsivo. Acrescentou que ele fazia uso de bebidas alcoólicas e drogas com frequência. Segundo a autora, no dia do crime, por volta das 23h, Renan a xingou de “puta”, “piranha” e “vagabunda”, entre outras ofensas.
Também narrou que o homem a impediu de entrar em casa e a empurrou contra a parede, a segurou pelos cabelos e pescoço. Disse, ainda, que Renan a esganou e que ela começou a perder a consciência.
Em determinado momento, segundo o depoimento, ela conseguiu se desvencilhar com ajuda do irmão, um adolescente. Disse que se armou com uma garrafa e uma faca para se defender, mas o homem, novamente, tentou enforcá-la e ela teve que se defender com a faca. A mulher não soube dizer quantas vezes o acertou.
A jovem, junto com a sua vizinha, chamou a ambulância e prestou socorro ao homem. Por fim, ela disse aos policiais que a sua intenção foi exclusivamente se defender das agressões. Após prestar depoimento, a mulher foi liberada.