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Tese de envenenamento ganha força em morte de criança de 6 anos no DF

Causa da morte de Carlos Abraão, de 6 anos, ainda é um mistério. Família acredita que o menino tenha sido envenenado por pessoa conhecida

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A causa da morte de Carlos Abraão, de 6 anos, ainda é um mistério. A família acredita que o menino tenha sido envenenado por uma pessoa conhecida.

Depois de dar entrada no Hospital Regional de Sobradinho, no início da semana, sentindo febre e dores na barriga, o garoto faleceu na madrugada dessa quarta-feira (8/2). Outras quatro crianças e um adulto, todos parentes de Carlos Abraão, também estão internados, mas com quadro de saúde estável.

Maria de Fátima, tia dos meninos, comenta que os meninos vivem juntos em Planaltina de Goiás e todos foram ao hospital com os mesmos sintomas. Para ela, os garotos teriam passado mal depois de comer bolos e doces dados por uma conhecida da família.

“Essa mulher tem briga com minha irmã [mãe do garoto] há uns 10 anos já. Tem briga com toda a família”, afirmou Maria de Fátima. Além disso, a tia dos meninos também comenta sobre um “tempero preto, parecido com chumbinho”, que estaria nos alimentos.

Apesar da chance de morte por envenenamento, segundo a mulher, os médicos também não descartam outras possibilidades, como dengue ou causas naturais.

Como a criança morreu em Sobradinho, os exames do Instituto Médico Legal (IML) são realizados pela Polícia Civil do Distrito Federal. Os resultados serão repassados para a polícia de Goiás, que apura a possibilidade de envenenamento.

Investigação do caso

O delegado Thiago César, do Grupo de Investigações de Homicídios de Planaltina do Goiás, da Polícia Civil do Goiás (PCGO), investiga o caso. Até o momento, ele classifica o caso como “confuso”.

De acordo com o delegado, a polícia trabalha com duas principais linhas de investigação. A primeira é a de que o menino teria sido morto por intoxicação, conforme indicam os familiares. A segunda seria o falecimento em decorrência das condições de vulnerabilidade em que a criança vivia.

“A gente ainda não pode afirmar que foi essa intoxicação que fez ele falecer. A mãe dele parece que já tinha um conflito com alguns vizinhos […] Viviam sete crianças numa casa com tios, primos, avós. Então, era, pelo menos, quase duas dezenas de pessoas que moravam no mesmo lote. Por conta da situação de vulnerabilidade, alguns vizinhos os ajudavam com alimentação”, relatou o delegado.

Ele continua: “Só que com uma dessas vizinhas, a mãe alega que tinha um conflito. Ela acredita que o motivo da morte possa ter sido algum alimento contaminado […] Enquanto não enviarem uma prova técnica, uma prova pericial, confirmando uma substância química ali que tenha causado essa intoxicação da criança, a gente ainda não pode afirmar isso”.

Thiago César ressalta que o Conselho Tutelar de Goiás acompanhava as condições das crianças. Algumas delas, segundo o delegado, foram transferidas para um orfanato e, posteriormente, voltaram a morar com a família, que vive “em bastante dificuldade, numa situação de vulnerabilidade muito grande”.

Morte de outra criança

João Batista, de 9 anos, é outra criança da mesma família que morreu no mês passado. Os familiares contam que ele tinha os mesmos sintomas do menino morto na quarta-feira.

Inicialmente, eles também acreditavam na hipótese de envenenamento, mas exames médicos indicaram morte por causa natural.

O delegado Thiago César reforçou que, se o laudo cadavérico do segundo menino apontar envenenamento, novos exames serão feitos para averiguar os motivos do falecimento de João Batista.

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