metropoles.com

“Teremos que ser resistência”, diz Bia Kicis sobre eleição de Lula

Deputada federal e aliada de Bolsonaro, Bia Kicis demonstrou preocupação no Twitter diante do resultado favorável a Lula nas Eleições 2022

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Bia Kicis
1 de 1 Bia Kicis - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma das maiores apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, a deputada federal Bia Kics (PL-DF) se manifestou em publicação no Twitter sobre o resultado da apuração de votos, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil pela terceira vez.

“Mais do que nunca teremos que ser resistência”, diz a mensagem de apelo da deputada.

Bia Kicis foi a parlamentar mais bem votada para deputada federal no DF em 2022, com 214.733 votos. Ela disputou e venceu a segunda eleição consecutiva. A deputada é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) e atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Atuante nas redes sociais, Kicis fez a postagem, adiantando a eleição de Lula, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não havia, ainda, declarado o resultado do pleito.

Escolhida por Bolsonaro para ser uma das interlocutoras da campanha junto ao eleitorado feminino e religioso, ela atuou com a ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Repubicanos-DF) e com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante o segundo turno.

Lula eleito

Lula foi eleito para presidir o Brasil pela terceira vez, 12 anos após deixar o cargo. A vitória foi confirmada pela Justiça Eleitoral às 19h57, com 98,81% das urnas apuradas, quando o petista tinha 50,83% dos votos válidos (59.563.912) e Bolsonaro, 49,17% (57.627.462).

12 imagens
De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate
Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda
Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria
Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu
Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política
1 de 12

Luiz Inácio Lula da Silva, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do Brasil

Fábio Vieira/Metrópoles
2 de 12

De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 12

Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerda

Fábio Vieira/Metrópoles
4 de 12

Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato da categoria

Fábio Vieira/Metrópoles
5 de 12

Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores surgiu

Ricardo Stuckert
6 de 12

Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante a redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já, e no mesmo período, iniciou a carreira política

Reprodução/YouTube
7 de 12

Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo e, em 1989, concorreu pela primeira vez para presidente. Perdeu para Fernando Collor. Lula disputou o Palácio do Planalto outras duas vezes até ser eleito, em 2002

Ricardo Stuckert/Reprodução/Instagram
8 de 12

Cumprindo o primeiro mandato, foi reeleito em 2006, após disputa com Geraldo Alckmin, e permaneceu como presidente até 31 de dezembro de 2010

Fábio Vieira/Metrópoles
9 de 12

Durante o período em que foi chefe de Estado, ficou conhecido pelos programas sociais Fome Zero e Bolsa Família, pelos planos de combate à pobreza e pelas reformas econômicas que aumentaram o PIB brasileiro. No exterior, Lula foi considerado um dos políticos mais populares do Brasil e um dos presidentes mais respeitados do mundo

Fábio Vieira/Metrópoles
10 de 12

Após passar a faixa presidencial para Dilma Rousseff, Lula começou a realizar palestras nacionais e internacionais. Em 2016, foi nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, mas foi impedido de exercer a função pelo STF

Fábio Vieira/Metrópoles
11 de 12

Em 2017, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e corrupção, resultado da Operação que ficou conhecida como Lava Jato. A sentença levou Lula à prisão até 2019, quando ele foi solto após o STF decidir que ele só deveria cumprir pena depois do trânsito em julgado da sentença

Fábio Vieira/Metrópoles
12 de 12

Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial nos julgamentos e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula tornou-se elegível outra vez e, tempos depois, confirmou a intenção de se candidatar novamente ao Planalto

Reprodução

O resultado impõe uma derrota histórica para Bolsonaro, primeiro presidente brasileiro que não consegue renovar o mandato nas urnas desde o instituto da reeleição, em 1998. Já Lula será o segundo mandatário que comandou o país por mais tempo, atrás apenas de Getúlio Vargas. No caso do petista, todo o período no poder foi conquistado de forma democrática, por eleições diretas.

Lula chegou a sonhar com uma inédita vitória em primeiro turno, mas faltaram votos para esse objetivo: o petista passou para a rodada final com 48,4% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro.

O agora eleito presidente passou a campanha de segundo turno na tentativa de superar essa diferença, que superava 6 milhões de votos. Bolsonaro chegou a largar forte, encurtando a distância nas pesquisas, mas perdeu fôlego na reta final, sobretudo devido aos próprios erros. Exemplo disso é a declaração do mandatário sobre o episódio em que “pintou um clima” com adolescentes venezuelanas, que Bolsonaro teve dificuldades para explicar.

Já Lula se beneficiou de uma ampla rede de apoios na reta final. Como atuais aliados, constam adversários políticos históricos, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 4,2% de votos, e participou ativamente da campanha do petista na segunda fase da disputa.

Para vencer a disputa, a campanha de Lula vendeu seu nome como vacina contra uma suposta ameaça à democracia: a permanência no poder do presidente Bolsonaro. O mandatário, por sua vez, “ajudou” na tática petista, ao questionar, durante todo o seu mandato, a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, mesmo sem apresentar provas. A última pedrada bolsonarista contra o pleito foi cogitar um adiamento do segundo turno devido à denúncia de que rádios teriam boicotado a campanha do presidente, que segue no cargo até o fim de dezembro.

Lula conseguiu se colocar na disputa como candidato de uma frente ampla, ao reunir em sua campanha antigos adversários  – como seu próprio vice, o ex-tucano Geraldo Alckmin (hoje no PSB), contra quem concorreu em 2006.

Ao longo da corrida eleitoral, o petista angariou o apoio de diversos nomes, como, por exemplo: André Janones (Avante), que desistiu de concorrer ao cargo para apoiar o ex-presidente; o economista Henrique Meirelles, que criou o teto de gastos, tão criticado pelo próprio Lula; a ex-senadora Marina Silva, que havia rompido com o PT anos antes; os economistas do Plano Real; e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do inquérito do Mensalão.

O apoio de músicos, atores e influenciadores também foi essencial para a trajetória do presidente eleito. Inúmeros famosos nacionais e internacionais participaram de eventos da campanha de Lula e declararam o voto no petista – o que inclui Caetano Veloso, Felipe Neto, Valesca Popozuda e até o ator Mark Huffalo, que interpreta o Hulk.

5 imagens
Lula contou com o apoio de adversários políticos, como Marina Silva e Simone Tebet
Alckmin concorreu como o vice-presidente da chapa
Lula completou 77 anos dias antes do segundo turno
Bolsonaro e Lula durante debate em 2022
1 de 5

Lula em campanha em Minas Gerais, em 2022

Ivan Abreu/NurPhoto via Getty Images
2 de 5

Lula contou com o apoio de adversários políticos, como Marina Silva e Simone Tebet

Reprodução/Youtube
3 de 5

Alckmin concorreu como o vice-presidente da chapa

Lula Alckmin / foto: Ricardo Stuckert
4 de 5

Lula completou 77 anos dias antes do segundo turno

Fábio Vieira/Metrópoles
5 de 5

Bolsonaro e Lula durante debate em 2022

Fábio Vieira/Metrópoles

“Volta da picanha com uma cervejinha”

A economia dominou o debate nesta campanha. A estratégia da chapa petista se baseou fortemente em denunciar problemas sociais, como a volta da fome, e em reforçar que, nos governos do partido, houve aumento real do salário mínimo e melhora na renda dos mais pobres. Durante a campanha, Lula prometeu várias vezes a “volta da picanha com uma cervejinha”, como uma metáfora para retratar a perda de poder aquisitivo e o aumento de preços durante a gestão Bolsonaro.

Já a campanha do atual presidente contou com um grande pacote econômico promovido pelo governo nos meses que antecederam a corrida eleitoral. Entre as iniciativas implementadas, constam a redução de impostos que impactam o preço da gasolina e a PEC dos Auxílios, que possibilitou a injeção de mais de R$ 40 bilhões na economia, “driblando” a regra do teto de gastos. O Bolsa Família, programa de distribuição de renda fortemente relacionado com os petistas, foi reajustado e rebatizado como Auxílio Brasil.

A estratégia visava ganhar terreno entre os cidadãos mais pobres, com renda de até dois salários mínimos por família, mas não obteve sucesso. Todas as pesquisas prévias mostravam que Lula liderava nesse grupo, que forma a maior fatia do eleitorado.

Ecos da pandemia

A pandemia de coronavírus não frequenta as manchetes de jornal como acontecia há alguns meses, mas também foi tema central nessa campanha.

O vírus chegou ao Brasil no início de 2020 e foi o maior desafio enfrentado pelo governo Bolsonaro. Crítico da atuação do governo federal desde o primeiro momento, o PT levou para a campanha as cenas dramáticas dos enterros coletivos no auge da tragédia e buscou culpar Bolsonaro por parte das mais de 687 mil mortes causadas pela doença no país.

Quando Bolsonaro viajou para o velório da rainha Elizabeth II, na reta final da campanha de primeiro turno, Lula o criticou por não ter demonstrado compaixão ou comparecido ao velório de vítimas da Covid-19 no Brasil.

A corrida presidencial também foi marcada pela troca de farpas entre Bolsonaro e Lula. Durante toda a campanha, por exemplo, Lula reforçou que, assim que tomar posse, pretende acabar com o sigilo de 100 anos decretado por Bolsonaro a informações pessoais relacionadas a ele ou à família.

“Ele agora na televisão está me ofendendo e me chamando de ladrão, mas não fui eu que comprei 51 imóveis e paguei R$ 26 milhões à vista, como ele fez. Não sou eu que fiz decreto de sigilo para qualquer familiar. Ele pode saber que o Lulinha Paz e Amor vai quebrar todos os sigilos dele”, disse o petista durante comício no Rio Grande do Sul, ainda no primeiro turno.

O presidente Bolsonaro segue no cargo até o fim deste ano. A posse de Lula deve ocorrer, como de costume, em 1º de janeiro do ano seguinte à disputa. Nesse meio-tempo, o time do presidente eleito deverá indicar membros de uma equipe de transição a ser nomeada pelo governo Bolsonaro; os salários dos integrantes dessa comissão serão custeados com recursos públicos.

Como a relação entre os dois grupos políticos não é boa, porém, ainda é cedo para saber como se dará esse processo de transição.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?