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Terceirização ameaça emprego de 2 mil merendeiras do Distrito Federal

Responsáveis pela alimentação nas escolas públicas não sabem se continuarão empregadas caso o GDF lance nova licitação da merenda

atualizado

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1 de 1 Merendeiras-11 - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

Mais de 2 mil merendeiras de escolas públicas do Distrito Federal estão com os corações aflitos. Temem pela perda ou precarização dos empregos, caso o governo retome a nova licitação da merenda escolar.

Atualmente, o serviço é parcialmente terceirizado, sob a supervisão da Secretaria de Educação do DF. As próprias merendeiras são terceirizadas. Mas a intenção do Governo do Distrito Federal (GDF) é a terceirização completa de toda a cadeia de alimentação educacional, incluindo preparo e distribuição dos alimentos servidos nos colégios a servidores e estudantes.

Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços-DF), Maria Isabel Caetano, a categoria vive dias de apreensão.

“Não sabemos se as merendeiras serão recontratadas, se o serviço será precarizado, se os pagamentos serão reduzidos”, alertou. As profissionais trabalham 44 horas semanais para receber o salário líquido de R$ 1.800.

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Além da perda do emprego, as profissionais têm o receio de sofrer com a precarização e a redução de salários
Outra preocupação é com a segurança nas cantinas com o retorno das aulas presenciais em plena pandemia do novo coronavírus
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Merendeiras temem perder emprego com nova licitação do serviço de merenda escolar

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Além da perda do emprego, as profissionais têm o receio de sofrer com a precarização e a redução de salários

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Outra preocupação é com a segurança nas cantinas com o retorno das aulas presenciais em plena pandemia do novo coronavírus

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O Metrópoles conversou com três merendeiras sobre a questão. Com medo de retaliações, elas pediram para ter os nomes preservados. Todas estão inseguras, mas, apesar do futuro incerto, não deixam de amar a profissão.

“Tenho medo. Ninguém sabe ou nos diz o que vai acontecer com a gente. Trabalho com muito amor e carinho. Preparamos a comida para os filhos dos outros com o mesmo cuidado que fazemos para os nossos”, desabafou uma delas.

“A gente não tem certeza de nada. Hoje estamos empregadas; amanhã, só Deus sabe. Muitas de nós são mães solteiras, mulheres com idade avançada, que levantam cedo, pagam aluguel”, lamentou a segunda entrevistada.

A terceira profissional ouvida pela reportagem diz que, além da nova licitação, a categoria vive outra apreensão: a falta de garantias de segurança das cantinas na volta às aulas em plena pandemia do novo coronavírus. “Ainda é muito perigoso”, preocupa-se a trabalhadora.

Licitação

No começo de 2020, o GDF anunciou licitação para terceirizar completamente o serviço de merenda escolar. O certame foi lançado em 1º de junho, prevendo a entrega de 94 milhões de refeições ao custo de R$ 375 milhões.

A licitação foi alvo de denúncias e questionamentos de representantes da sociedade civil. Os valores apresentados não indicavam economia, mas sim aumento de gastos. E a terceirização completa foi amplamente criticada.

O governo suspendeu o certame em 19 de junho. Em 25 de junho, o Palácio do Buriti exonerou os três gestores responsáveis pela licitação. No entanto, o governo ainda nutre a ideia de lançar novo edital.

Outro lado

Procurada pelo Metrópoles para detalhar o processo de terceirização da merenda escolar, a Secretaria de Educação não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.

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