“Tenho plena confiança na PM”, afirma interventor do DF, Ricardo Cappelli
Segundo Ricardo Cappelli, a PMDF merece a plena confiança da população e é preciso separar o joio do trigo após os atos antidemocráticos
atualizado
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“A Polícia Militar do Distrito Federal está machucada”, afirmou o interventor da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, nesta sexta-feira (13/1), durante homenagem às forças de segurança pela retomada da normalidade, após os atos terroristas contra os Três Poderes no domingo (8/1).
A conduta da PMDF tem sido alvo de críticas desde os ataques antidemocráticos. No entanto, segundo o interventor, a instituição também demonstrou exemplos positivos, como a abertura de processos de investigação das condutas duvidosa de parte dos policiais durante os atos terroristas.
“Tenho plena confiança na PM”, disse o interventor.
“Eu vi os corregedores da PMDF tomarem a iniciativa de abrir inquéritos policiais militares para apurar as condutas inadequadas”, disse o interventor. “Mas eu vi também muitos policiais que estavam no campo defendendo a democracia. Machucados cortados, defendendo a democracia e trabalhando bravamente”, completou.
O interventor pretende visitar os policiais feridos. Cappelli também classificou a postura do novo comandante-geral da PMDF, o coronel Klepter Rosa, como “exemplar” e honrou as tradições da Polícia Militar, da disciplina, da hierarquia e do compromisso com a Constituição.
Para o interventor, a conduta do comando da PMDF garantiu a segurança no transporte dos detentos do Quartel-general do Exército para a Academia da Polícia Federal. “Foram dias incansáveis de trabalho diuturno, comandado pelo coronel Klepter”, contou.
Reequilíbrio
Segundo Cappelli, o momento político do Brasil exige equilíbrio. “Eu tenho pleno confiança na Polícia Militar, nos homens e mulheres valorosos da PMDF. São os mesmos homens que garantiram a segurança exemplar no 1º de janeiro, no dia da posse do presidente Lula. A corporação não mudou do dia 1º ao dia 8”, argumentou.
De acordo com o interventor, os membros da Polícia Militar ficaram noites sem dormir para defender a Constituição e a legalidade democrática, após os ataques de 8 de janeiro.
“Não é fácil o momento para a nossa PMDF. Porque, obviamente, ela está machucada com o que aconteceu. Mas tenho certeza que separando o joio do trigo e fortalecendo a corporação, valorizando a corporação, a gente vai retomar a confiança de todos. E é isso que tenho visto, para esse corporação que fundamental para a democracia brasileira”, assinalou.
Durante o evento, o interventor elogiou as posturas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).
Flávio Dino
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também participou da homenagem. “O presidente Lula deseja um país em paz. Paz não significa se curvar a uma lógica do vale tudo. Não significa aceitar a lei do mais forte”, afirmou Dino.
O ministro também fez uma avaliação sobre a intervenção de Lula na segurança do Governo do Distrito Federal (GDF). “A intervenção federal não foi um ato contra as corporações do DF, mas em apoio a elas a ao sistema de Justiça do DF. O que desejamos é que essa intervenção, como dito no decreto presidencial, seja temporária e mais breve possível. A União exige uma segunda palavra: justiça”, destacou.