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“Tenho medo de voltar”, diz aluna de colégio onde rapaz foi baleado

A fala de Geovanna, 8 anos, resume a apreensão de alunos e pais que temem retorno às aulas na Escola Classe Vila Nova, em São Sebastião

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Os sinais da violência ainda estão impregnados na parede e no chão da Escola Classe Vila Nova, em São Sebastião, onde um adolescente de 17 anos foi baleado no começo da tarde dessa segunda-feira (24/9). Há respingo de sangue no chão e marca de bala na sala de serviços gerais. Não haverá aula nesta terça (25). O colégio será reaberto na quarta (26) para uma palestra com psicólogo.

Na troca dos turnos matutino para vespertino, alunos pequenos assistiram a uma perseguição dentro da escola. Um homem e um menor entraram e deram três tiros no adolescente — dois na mão e um no tórax. Houve pânico entre as 1.150 crianças, de 4 a 11 anos.

“Fiquei desesperada quando escutei os tiros”, disse Geovanna, aluna de oito anos. Filha da gerente comercial Jociane Teixeira, 37 anos, a menina está traumatizada. “Tenho medo de voltar e acontecer de novo”, disse.

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Marcas de sangue no chão
Fachada da escola onde adolescente foi baleado
Pátio onde os três envolvidos começaram a discussão
Sala de serviços gerais onde a vítima foi baleada
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Marca de bala na parede do colégio

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Marcas de sangue no chão

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Fachada da escola onde adolescente foi baleado

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Pátio onde os três envolvidos começaram a discussão

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Sala de serviços gerais onde a vítima foi baleada

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Vítima foi levada em helicóptero dos bombeiros para o hospital

Corpo de Bombeiros/Divulgação
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Jociane também se mostra muita insegura. “Como vou ficar tranquila deixando minha filha na escola depois de algo assim? São dois portões em um colégio onde a rua é extremamente perigosa”, afirmou a mulher.

Uma outra mãe, que não quis se identificar, tem um filho de 7 anos que estuda na mesma escola. Ele não estava na hora em que os tiros foram disparados, mas, mesmo assim, ficou bastante assustado. “Me sinto de mãos atadas. Todas as escolas correm esse risco, infelizmente. Ele já diz que por aqui é muito perigoso. Ainda assim, pretendo esperar o ano letivo e mudá-lo de colégio”, destacou.

A vizinhança diz que o bairro Vila Nova onde está a escola é violento. “Aqui nessa região acontecem coisas parecidas toda semana, todo dia”, disse o administrador do colégio, Valdir Alves Bezerra. Ele ressalta que a instituição de ensino existe há 12 anos e nunca teve câmeras de segurança.

São Sebastião está abandonado. Estamos ao Deus dará aqui. Todo dia acontece roubo de celular, briga de gangue, tiroteio, assassinato. Minha neta já levou dois tiros em plena luz do dia em um assalto e sobreviveu por pouco. Vivemos com os nervos à flor da pele. Se chamamos a polícia, eles demoram uma hora para chegar. Aqui quase não tem policiamento

Moradora de São Sebastião


A vítima baleada dentro do colégio foi levada em estado grave ao Instituto Hospital de Base (IHB). De acordo com testemunhas, o adolescente começou a discutir com os acusados no exterior do colégio. Quando viu que poderia ser atingido por tiros, tentou se refugiar na escola. Tão logo chegou ao pátio, os desafetos teriam dito que não iriam atirar porque havia crianças no local.

Eles saíram. Mas, quando ameaçado novamente, o adolescente correu outra vez para dentro do colégio e se escondeu na área de serviço, onde foi baleado. A vítima foi transportada em helicóptero do Corpo de Bombeiros ao hospital. Nenhum dos envolvidos estudava no colégio.

Foram momentos de terror. A sorte é que ninguém da escola se feriu. Cheguei no momento em que os autores fugiram, deixaram a bicicleta jogada na faixa de pedestres e correram. Na fuga, usaram uma funcionária da limpeza como escudo. Foi horrível”, ressaltou Valdir Alves Bezerra.

Um vigilante fica responsável pela segurança do local durante 12 horas, quando ocorre a troca de turno, mas isso não foi suficiente para barrar a violência dentro do colégio A 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) investiga o caso. Os policiais já sabem quem são os autores dos disparos, mas ninguém foi capturado.

 

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