metropoles.com

“Tem de impor”, diz Bolsonaro a Ibaneis sobre militarização em escolas

O conselho foi dado durante o lançamento do modelo pelo governo federal no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (05/09/2019)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Governador Ibaneis Rocha com o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão
1 de 1 Governador Ibaneis Rocha com o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) aconselhou o governador Ibaneis Rocha (MDB) a impor o modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar nas escolas públicas do DF. Segundo o chefe do Executivo nacional, o emedebista não deve fazer consultas para a adoção da administração militarizada junto à comunidade escolar.

“Tem que impor”, repetiu diversas vezes o mandatário da República, durante o lançamento do projeto de escolas militarizadas do governo federal, no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (05/09/2019). Na avaliação do presidente, o projeto do DF é necessário para a segurança e a formação educacional dos estudantes, especialmente os mais carentes.

O conselho de Bolsonaro foi dado depois de o GDF ter desistido de adotar a gestão militarizada no Gisno da Asa Norte — escola que rejeitou o modelo em consulta. Em outra unidade, no colégio 407 de Samambaia, que também rechaçou a medida, o governo pretende fazer nova consulta.

“Temos aqui a presença física do nosso governador do DF, Ibaneis. Parabéns, governador, com essa proposta. Vi que alguns bairros tiveram votação e não aceitaram. Não tem que escutar. Tem de impor”, disse o pesselista para Ibaneis.

Logo após a solenidade de lançamento do concurso da Polícia Civil, o governador disse que a suspensão do modelo no Gisno está mantida. “As palavras do presidente eu ouço, mais ou menos na linha que eu já entendia antes. Temos estudos técnicos que revelam a necessidade de implementação dessas escolas em determinados locais”, disse.

As duas unidades de ensino recusaram, em votação realizada no último dia 17, a implantação do modelo que ficou conhecido como “escolas militarizadas”. No mesmo dia, outros três colégios aprovaram a iniciativa, que começou em fevereiro, em forma de projeto-piloto, em quatro instituições.

Depois da votação, o governador  Ibaneis Rocha disse que implementaria a gestão nas duas escolas, apesar da recusa, o que provocou embates e culminou na saída do então secretário de Educação, Rafael Parente. Após as polêmicas, o titular do Palácio do Buriti disse que daria mais tempo para que a questão fosse debatida. Na terça-feira (03/09/2019), o martelo foi batido sobre o Gisno, conforme relevou o Metrópoles.

Em relação ao CEF 407 de Samambaia, ainda será definida data para a nova votação. Isso porque, segundo o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, parte da comunidade escolar fez manifestações a favor da gestão compartilhada com a Polícia Militar após a votação que recusou o novo formato.

Regulamentação

O modelo de gestão compartilhada, que começou pelo DF, agora será estendido em todo o país. Pelo menos é isso que prevê o decreto assinado por Bolsonaro nesta quinta, que regulamenta a adesão. Estados e o Distrito Federal podem indicar, de 6 a 27 de setembro, duas escolas para receber o projeto já no primeiro semestre letivo de 2020. Elas precisam ter de 500 a mil alunos, do 6º ao 9º ano do fundamental ou do ensino médio. O governo federal pretende implementar a gestão em 216 escolas até 2023, sendo 54 por ano.

A fala de Bolsonaro sobre “impor” o modelo contradiz um dos requisitos para adesão ao programa — o fato de ser voluntária e necessitar da realização de consultas públicas junto à população. Questionado, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, reforçou que a adesão ao programa é voluntária. Disse ainda que há fila de pais e gestores interessados. Mas ponderou que a “última palavra” para assuntos do governo é do Executivo.

Devem ser contratados militares da reserva, por meio de processo seletivo, para que a gestão seja compartilhada nas unidades de ensino. A duração mínima dos serviços é de dois anos, prorrogável por até 10. O acordo pode ser cancelado a qualquer momento. Os profissionais vão ganhar 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.

Com informações da Agência Estado

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?