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Técnicos do IML pedem prioridade em vacinação após manusearem 6 corpos com Covid-19 em 1 dia

Os profissionais auxiliam diretamente os médicos-legistas nos procedimentos de análise e coleta de amostra dos cadáveres

atualizado

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Equipe do IML chega em prédio onde casal morreu em Águas Claras
1 de 1 Equipe do IML chega em prédio onde casal morreu em Águas Claras - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Técnicos lotados no Instituto de Medicina Legal do Distrito Federal  (IML) não foram incluídos no calendário prioritário de vacinação contra a Covid-19. Os profissionais têm contato diário com dependências de hospitais e, sobretudo, manejam corpos muitas vezes infectados pelo novo coronavírus. A categoria, por meio de associações e sindicatos pedem inclusão ao governo.

Os profissionais auxiliam diretamente os médicos-legistas nos procedimentos de análise e coleta de amostra dos cadáveres. Com a pandemia e o alto grau de risco de contágio, o instituto precisou criar um plano de contingência para o enfrentamento à pandemia. Regras foram estabelecidas para a rotina de necropsia, remoção, descarregamento e entrega dos corpos. Os peritos deixaram de lado o bisturi e passaram a adotar a tomografia computadorizada no exame dos corpos.

Segundo o presidente da Associação dos Técnicos em Necropsia do IML (Asten-DF), José Romildo Soares, há uma negociação entre a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Secretaria de Saúde, mas ainda não é possível afirmar se os servidores poderão tomar a vacina.

“Já tivemos vários colegas que contraíram o vírus. Além de lidamos com corpos e suas secreções, estamos também em contato diário diário com a população nas ruas e no atendimento no próprio IML. Temos cerca de trinta técnicos em anatomia que estão diretamente ligados à função fim, remoções de cadáver e exame necroscópico. Eles precisam ser vacinados. Além disso, temos os técnicos em radiologia, que não possuem vínculo com a Secretaria de Saúde e também têm contato direto com cadáveres”, afirmou.

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Equipe do IML chega ao prédio onde casal morreu em Águas Claras
Equipe do IML retira corpos do casal morto, em Águas Claras
Familiares também passaram a fazer o reconhecimento dos corpos por meio de fotografias
Equipe do IML chega ao prédio onde casal morreu em Águas Claras
PCDF adotou técnica de necropsia usada na tragédia de Brumadinho
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PCDF adotou técnica de necropsia usada na tragédia de Brumadinho

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Peritos trabalham na identificação dos mortos

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Os profissionais que atuam nos rabecões usam as mesmas roupas dos médicos que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Contam ainda com óculos de proteção e máscaras. Ao chegar no local de remoção, as equipes usam um spray com solução de cloro ativo, que é borrifada no rosto e no tórax da vítima. Uma proteção de plástico também é colocada na cabeça da pessoa, pois, mesmo após a morte, ainda é possível ter ar nos pulmões. Ao ser manipulado, o corpo pode expelir o vírus, caso a vítima esteja contaminada.

Um técnico ouvido pelo Metrópoles informou que é comum corpos chegarem ao IML sem o diagnóstico de Covid-19. Amostras são colhidas e o diagnostico é feito pelos próprios peritos. Segundo o servidor, em apenas uma semana, foram identificados seis casos positivos para novo coronavírus.

O IML confirmou à reportagem que há tratativas  junto à secretaria,  com a intermediação da Policlínica da PCDF, no sentido de incluir os técnicos de necrópsia no calendário prioritário de vacinação. A diretoria do instituto também afirmou ter solicitado a inclusão de outras categorias que atuam no local, como técnicos de radiologia, motoristas de rabecão, pessoal da limpeza, enfermagem e médicos. Apenas os técnicos de necrópsia somam 48 pessoas.

“Alguns servidores dessas categorias, não obstante serem da área de saúde, como enfermagem e médicos, não trabalham em hospitais públicos ou privados, tendo como única área de atuação o IML”, detalhou.

Sobre os testes de Covid-19 feito em cadáveres, o IML detectou, em 2020,  a positividade em 16 corpos. “Ressaltamos que esse número não reflete a real incidência, pois alguns casos já chegaram ao IML provenientes de hospitais, com testes positivos. Informamos ainda que não é feita a testagem em todos os cadáveres, apenas dos considerados suspeitos. No momento, o IML aguarda o parecer da SESDF, via Policlínica”, finalizou o instituto por meio de nota.

Plano de imunização

Iniciada em 19 de janeiro, a primeira fase da campanha foi direcionada a profissionais que atuam na linha de frente da saúde, além de idosos abrigados em asilos e indígenas. A próxima etapa planejada pretende imunizar mais de 50 mil pessoas. Os idosos com mais de 80 anos começam a ser vacinados a partir de segunda-feira (1/2)

Segundo a Secretaria de Saúde, foram recebidas 106.160 doses do composto, que irão imunizar 53.080 pessoas, em duas doses administradas no intervalo de 14 dias.

Questionada sobre a inclusão dos técnicos do IML, a Saúde informou que os grupos ainda não atendidos serão incluídos nas próximas fases da campanha, de acordo com o número de vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.

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