Técnicos da UnB protestam no MEC contra corte de benefício de 26% sobre salários
Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes decidiu cassar a garantia de pagamento de benefício de 26,05% sobre os salários dos servidores
atualizado
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Dezenas de servidores e técnicos administrativos da Universidade de Brasília (UnB) protestaram nesta terça-feira (30/5) contra a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de cassar a garantia de pagamento de benefício de 26,05% sobre os salários dos servidores. O ato ocorreu em frente ao Ministério da Educação.
Também estiveram presentes no ato estudantes da instituição. Alguns deles levavam cartazes e faixas alertando para o risco de greve. “Sem a URP, a UnB vai parar”, dizia um deles.
A determinação do ministro do STF impede a continuidade da ação referente ao pagamento do benefício conhecido como Unidade de Referência Padrão (URP) 89, que funciona como um parâmetro para atualizações e reajustes de salários, mas que deixou de ser usado em 1989.
Assinada na última terça-feira (23/5) e publicada na quinta (25/5), a decisão garante, porém, que os servidores não terão de devolver as verbas recebidas ao longo dos anos.
Os servidores, no entanto, protestaram pela manutenção do benefício e, por meio, do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), anunciaram que devem entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de sexta-feira (2/6), até que a decisão seja reavaliada.
Atualmente, a instituição conta com 4.519 servidores técnicos, sendo 3.053 servidores na ativa e 1.466 aposentados.
Para o servidor José Almiram Rodrigues, 60 anos, a categoria está descontente com a suspensão do benefício. “Existe um certo desespero na categoria, que não assimila bem perder um quarto do salário. Por isso, é preciso uma ação política para mostrar nossas descontentamento”, ressalta.
O servidor, que atua na universidade há 30 anos, acredita que esse corte pode gerar uma situação insustentável na UnB. “Vai causar tumulto, porque são os servidores que fazem a instituição. Estamos em todos os setores, nas secretarias, laboratórios e pesquisas.”
Segundo a coordenadora da pasta das mulheres do Sintfub, Carla Márcia Viana, 58 anos, por conta da decisão do ministro, muitos servidores não terão condições de trabalhar. “Nós temos um dos piores salários do serviço público. Além disso, a maioria de nós só tem como fonte de renda o trabalho na UnB.”
Além de se manifestarem contra o fim do pagamento da URP, os servidores técnicos e universitários também tiveram como pauta a ampliação da assistência estudantil, fim da obrigação da carga horária de 40% de cursos presenciais serem realizadas na modalidade à distância e, também, contra o novo ensino médio.