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Técnica de enfermagem do DF morre de infarto e é enterrada no dia do aniversário

Internada na UPA de Samambaia, Lúcia Helena completaria 40 anos. “Ela cuidou muito dos pacientes e esqueceu da própria saúde”, diz a irmã

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Uma técnica de enfermagem do Distrito Federal morreu, no último dia 16 de abril, após ser internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia, vítima de um infarto. Lúcia Helena Nunes, de 39 anos, passou mal no dia 15 e veio a óbito na madrugada do dia seguinte. Bastante abalados, familiares da profissional de saúde sepultaram o corpo da vítima no dia em que ela completaria 40 anos.

Ao Metrópoles, a irmã Diana Nunes dos Santos, 42, diz que Lúcia não estava bem fazia algum tempo. “Ela cuidou muito dos pacientes e esqueceu da própria saúde. Sofria com dores de cabeça, sempre ofegante e dores no peito”, conta.

No dia 15 de abril, Lúcia passou mal e foi levada para a UPA Samambaia. Após esperar por atendimento, foi examinada e ficou internada. Na madrugada do dia 16, sofreu um infarto. A equipe médica tentou reanimá-la por mais de uma hora, mas não teve sucesso. Seu sepultamento aconteceu no dia 17, data de seu aniversário. Ela completaria 40 anos.

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Lúcia Helena Nunes foi sepultada no dia do aniversário

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Mãe solteira, Lúcia morava de aluguel em Samambaia, com o filho de 16 anos. “Depois de alguns meses sem vê-la, encontrei a Lú e fiquei assustada. Ela estava muito exausta, acima do peso e aparentemente deprimida. Nem de longe lembrava a pessoa animada e extrovertida que era”, relata a amiga Adriana Soares.

Jornadas exaustivas

O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) publicou, na manhã desta sexta-feira (7/5), um texto onde associou a morte da técnica de enfermagem à sobrecarga de trabalho. A profissional com quase 10 anos de experiência, fazia plantões de 24 horas a cada dois dias em serviços de home care, em Vicente Pires.

De acordo com o Coren-DF, os profissionais são submetidos a jornadas exaustivas e recebem salários insuficientes para pagar as contas. “Abandonadas à própria sorte e sem perspectivas de mudança, passam a levar uma vida tão extenuante que começam a ser ameaçadas por doenças, pela depressão e pela morte. São mortes evitáveis, fruto de um sistema injusto e excludente”, considera o vice-presidente do Coren-DF, Dr. Alberto César.

“Se nada for feito para mudar a realidade das profissionais de Enfermagem no Brasil, o quadro tende a piorar e o país vai perder mais mulheres jovens, como perdemos Lúcia Helena. Mães de família não podem ser exploradas dessa forma, o estado não pode continuar se omitindo em relação a isso. A sociedade precisa reagir”, diz o presidente do Coren-DF, Dr. Elissandro Noronha.

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