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“Entra aqui. Te levo”, disse “tarado do carro preto” a mulher na 110 Sul

Episódio ocorreu em novembro do ano passado. Outra vítima conta que “tarado do carro” a seguiu em trajeto que fazia a pé até ponto de ônibus

atualizado

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1 de 1 Carro preto - Metrópoles - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Após reconhecer o veículo nas reportagens, outra vítima do “tarado do carro preto” conversou, neste domingo (2/4), com o Metrópoles e narrou momentos de pavor durante o encontro que teve com o motorista. O suspeito foi detido na manhã deste domingo (2/4) na 409 Sul, por uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), mas acabou liberado pois não foi configurado o flagrante. Na manhã desta segunda (3/4), a Polícia Civil (PCDF) o prendeu após mandado expedido pela Justiça.

Por volta das 18h15, de 14 de novembro do ano passado, Helena*, 45 anos, saía do expediente e se dirigia para a parada de ônibus próxima à estação de metrô da 110 Sul, quando notou que um carro seguia seus movimentos na calçada. “Eu ia andando no meio-fio e ele ia andando do meu lado”, conta.

“Eu parei embaixo de uma árvore pensando que o carro iria passar, mas ele parou. Ficou me olhando fixo. Aí ele me chamou para entrar no carro, enquanto fazia gestos de beijos na boca: ‘Entra aqui, eu te levo, te dou uma carona'”, narra a técnica de enfermagem.

Ao olhar para os lados, notou que estava sozinha no estacionamento. “Aí eu segui e fui para a parada de ônibus”, disse. Era domingo e o homem que esperava por um coletivo com ela na parada logo foi embora.

Após os gestos obscenos e convites para carona, ela disse ter ficado “apavorada”. “Meu medo era que ele saísse de dentro do carro e me pegasse à força”, lembra. A chegada de uma idosa e outro homem na parada fez com que o motorista saísse do estacionamento, mas retornasse ao local cerca de 15 minutos depois. “Comentei com uma senhora que esse cara estava me chamando. Entrei em outro ônibus que não era o meu e fui embora”, disse.

Helena conta que mora no Distrito Federal há muitos anos e nunca tinha passado por uma situação assim. “Imediatamente, quando cheguei em casa, mandei mensagens para minha patroa dizendo o que tinha acontecido”, explica.

Ela tentou registrar um boletim de ocorrência, mas disse que não obteve sucesso por falta do número da placa do carro. “Liguei no 197 e no 180. Me deram o número do protocolo e tudo, mas ficou por isso mesmo”, lamenta.

Histórico de crimes

Na quarta-feira (29/3), o “tarado do carro preto” se masturbou perto de uma mulher de 20 anos e de um grupo de crianças no estacionamento do Cine Brasília, na Asa Sul, mesmo bairro onde o criminoso estacionou e importunou outras pessoas, na mesma data.

Revoltada, a mulher conversou com o Metrópoles sobre o ataque. Por questão de segurança, a identidade dela será preservada. “Espero que peguem esse cara. Não desejo isso para ninguém, ainda mais crianças e adolescentes. Essa cara fez atrocidades com a gente. Ele estava rondando a Asa Sul”, afirmou.

Por volta das 12h20, a mulher estava no estacionamento entre o Cine Brasília e a parada da 106 Sul, sozinha e na sombra, esperando o ônibus. Nesse momento, o carro preto parou ao lado dela.

“A janela do motorista estava abaixada. Eu consegui ver o cara segurando o telefone, mas sem falar nenhuma palavra. Percebi que o carro estava tremendo e a mão dele estava em constante movimento”, contou.

“Taradagem”

“Acho que passaram uns cinco minutos nisso. Até que um menino apareceu e falou comigo que o cara estava de taradagem e que era para eu sair dali”, afirmou. A mulher ficou muito assustada e, então, vinculou a palavra taradagem com o movimento da mão do homem. Ou seja, ele estava se masturbando. “Fiquei trêmula, de mão, corpo e de voz”, desabafou.

No mesmo momento, o motorista teria percebido o alerta e deixado o local. Mas, nesse ataque, a vítima conseguiu anotar a placa e identificar o modelo do carro: um Ônix Plus da Chevrolet.

Crianças

“O menino que me alertou falou que esse cara, momentos antes, estava perto dele e dos amigos se masturbando”. Para a jovem, o condutor do carro preto estava circulando pela Asa Sul buscando lugares com poucas pessoas para fazer novas vítimas.

“Foi terrível. Tive uma crise de ansiedade, quase uma crise de pânico no meio da rua. Não consegui descrever se foi assédio ou outro tipo de violência. Foi a primeira vez que aconteceu esse tipo de coisa comigo”, lembrou.

“Depois fiquei muito preocupada, porque esse cara parece ser um pedófilo. Fiquei com muito nojo”, desabafou.

Perfil

A mulher descreveu o motorista com características muito semelhantes às apresentadas por outra vítima entrevistada pelo Metrópoles. “Vi de perfil. Ele é branco. Tinha uma barba meio feita, parecia aparada, um pouco clara. Estava de boné, usando uma camisa off white. Tinha um maxilar bem marcado. Tem a fisionomia de uma pessoa magra, mas forte”, contou.

Ela não identificou a marca, no entanto, notou que o celular dele era dourado ou tinha uma capa dourada. O boné seria curvado, de modelo tradicional.

A vítima passou todas as informações para Polícia Civil (PCDF) e o caso é investigado pela Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Veja a abordagem a um menino de 11 anos:

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Segundo o menino, o motorista do carro estaria seminu e se masturbava. Teria chamado o garoto para entrar no carro
O menino negou o convite
O motorista tentou uma segunda vez, ficando o carro em frente ao garoto
Em choque, o menino fugiu
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Menino é abordado por carro preto em frente de escola

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Segundo o menino, o motorista do carro estaria seminu e se masturbava. Teria chamado o garoto para entrar no carro

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O menino negou o convite

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O motorista tentou uma segunda vez, ficando o carro em frente ao garoto

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Em choque, o menino fugiu

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Na quarta-feira, por volta das 10h30, o motorista teria se masturbado perto de uma mulher de 27 anos ao lado da Estação do Metrô da 108 Sul. Às 11h, teria abordado um menino de 11 anos na altura da 912 Sul.

Confira o vídeo:

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