metropoles.com

TCDF quer explicação por ex-secretário acumular cargos no Iges e na Novacap

Conselheiros também autorizaram realização de auditoria nas contratações do instituto com salários considerados acima do mercado de trabalho

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo
1 de 1 secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) cobrou explicações do Governo do Distrito Federal (GDF) sobre acumulação de cargos pelo ex-secretário de Saúde do DF Francisco Araújo Filho (foto em destaque), hoje preso em decorrência da Operação Falso Negativo.

A determinação da Corte é para que a pasta aponte argumentos para justificar o exercício por Araújo, ao mesmo tempo, dos cargos de presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) e de membro efetivo do Conselho de Administração da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

A decisão é da sessão plenária do dia 16 de setembro, mas apenas nessa terça-feira (22/9) foi tornada pública. Na ocasião, os conselheiros votaram pela admissibilidade de representação apresentada pelo Ministério Público de Contas (MPC-DF). O caso teve como relator o conselheiro do TCDF Paulo Tadeu.

Contra estatuto

De acordo com o TCDF, o art. 57 do Estatuto do Iges-DF veda o acúmulo de cargo da diretoria executiva com qualquer outro de natureza política ou diretiva de entidades públicas ou privadas.

Quando ainda era presidente do Iges, Francisco Araújo foi indicado para o Conselho de Administração da Novacap. No Portal da Transparência, o jeton para esse cargo é de R$ 4.060,67, além da remuneração mensal que ele recebia pelo alto cargo que ocupou na Saúde.

A nomeação para a nova função ocorreu em 9 de abril de 2019, sem a exoneração dele do Iges. Ou seja, em quatro meses, Francisco teria recebido R$ 16.242,68. A situação só foi regularizada no dia 14 de maio.

4 imagens
Em novo pedido de habeas corpus apresentado à Justiça, a defesa do ex-secretário adjunto de Atenção à Saúde Ricardo Tavares, preso na segunda fase da Operação Falso Negativo, alega que a 5ª Vara Criminal de Brasília não é o foro adequado de julgamento e solicita que a magistrada decline da competência de julgar a ação
TCDF apura irregularidades  na Saúde
O Iges, responsável pela gestão de Upas e hospitais, é um dos alvos
1 de 4

Ele acumulou cargos quando comandou o Iges-DF

HUGO BARRETO
2 de 4

Em novo pedido de habeas corpus apresentado à Justiça, a defesa do ex-secretário adjunto de Atenção à Saúde Ricardo Tavares, preso na segunda fase da Operação Falso Negativo, alega que a 5ª Vara Criminal de Brasília não é o foro adequado de julgamento e solicita que a magistrada decline da competência de julgar a ação

MPDFT/Divulgação
3 de 4

TCDF apura irregularidades na Saúde

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 4

O Iges, responsável pela gestão de Upas e hospitais, é um dos alvos

JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles
Contratos e nepotismo

Na mesma sessão plenária, os conselheiros também autorizaram a realização de auditoria, tendo por escopo a contratação de funcionários pelo Iges-DF sem a devida transparência. Muitos deles com salários considerados acima da média de mercado. Além disso, a Corte também quer explicações sobre a possível prática de nepotismo e acerca do processo seletivo para a escolha dos profissionais do instituto.

“Nesse contexto, em relação à contratação de pessoal no âmbito do Iges-DF, ao menos em tese (a par de seu arcabouço normativo), verificou-se que deve ser precedida de processo seletivo público, atendendo aos princípios da publicidade, igualdade, impessoalidade, moralidade, economicidade e eficiência, devidamente compatibilizado com a natureza privada, nos termos da lei civil, dos Serviços Sociais Autônomos, em conformidade com os padrões de mercado e a necessidade de serviço, cabendo ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal”, apontou a procuradora Cláudia Fernanda na representação do MPC.

Pela decisão do TCDF, a Secretaria de Saúde e o Iges terão o prazo de 60 dias para apresentar os esclarecimentos sobre a incompatibilidade de acúmulo de funções do ex-secretário.

Além disso, devem “assegurar que os editais de chamamento público para os processos seletivos de pessoal indiquem – todos eles –, preferencialmente, o número de vagas existentes para cada emprego a ser objeto de concorrência, à luz do princípio da legítima confiança, bem como delimite seu prazo máximo de vigência, uma vez que uma entidade paraestatal, registre-se, sustentada integralmente por recursos públicos, assim como a administração pública, deve buscar selecionar os melhores candidatos”.

Sobre a possível prática de nepotismo, o TCDF fará inspeção para verificar denúncia, além de evitar que a impessoalidade e a moralidade na contratação e lotação de pessoal pelo Iges-DF sejam infirmadas por “práticas como nepotismo, apadrinhamento, tráfico de influência ou outras impropriedades assemelhadas”, diz documento.

O Iges-DF enviou nota à reportagem sobre o assunto. Nela, o instituto “informa que ainda não foi notificado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF)”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?